O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou nesta sexta-feira (5) que a mesma preocupação com a alta dos preços verificada ao longo deste ano está sendo vista agora em relação aos números da economia. E ele buscou acalmar os analistas. “Temos tido pânico na sociedade em relação à inflação. Agora há pânico em relação à atividade. Nem o primeiro se mostrou correto nem o segundo será evidenciado pelos fatos”, disse Meirelles, em discurso durante almoço de final de ano da Associação Brasileira da Indústria Eletroeletrônica (Abinee), em São Paulo.

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Várias vezes no discurso, Meirelles salientou que há riscos de recessão no mundo, mas que entre os países emergentes se espera apenas uma desaceleração. Para o Brasil, Meirelles acredita que a desaceleração terá menor duração e intensidade do que em outros países.

O presidente do BC lembrou que a projeção do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2009 é de 3%, superior à média mundial. “A grande diferença dessa crise em relação a situações vividas pelo País no passado é que hoje estamos mais bem preparados para enfrentar as condições adversas”, disse. Isso ocorre, segundo ele, porque a política macroeconômica é consistente e possui responsabilidade fiscal, câmbio flutuante e metas de inflação.

Câmbio

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Praticamente no mesmo momento em que o dólar era negociado a R$ 2,60 no mercado interbancário de câmbio, no início desta tarde, Meirelles reafirmava que o BC não possui meta para a taxa de câmbio. “O Banco Central não tem meta para a taxa de câmbio, nem defende cotações específicas.” Segundo ele, a atuação da autoridade monetária visa apenas a corrigir distorções na formação de preços em razão de problemas de liquidez do mercado. “Temos hoje um patamar de reservas superior a US$ 207 bilhões, o que nos dá bastante conforto para enfrentar as restrições de liquidez”, explicou.

Meirelles lembrou que o BC está adotando ações “tempestivas” para enfrentar o quadro que se configurou desde setembro. “A restrição de liquidez em moeda estrangeira levou-nos a injetar recursos no mercado, seja através da venda direta, seja através de empréstimos especialmente para o financiamento das exportações.” Graças a essa atuação, segundo Meirelles, a oferta de recursos para exportadores parece relativamente regularizada.

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