Brasília – O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse nesta terça-feira (25), em entrevista no Senado, que "existe um certo risco de que a economia americana entre em recessão".

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Segundo ele, a crise poderia acontecer por meio de efeitos não totalmente conhecidos, ?mas originados nas empresas de crédito imobiliário, fundos ou veículos de investimento com ativos no crédito imobiliário americano e que teriam agravadas as condições do seu passivo, ante a impossibilidade de cumprir com obrigações de curto prazo. Essas entidades afetariam a saúde dos bancos, com seu problema de liquidez, piorando a situação".

De acordo com Meirelles a desaceleração na economia americana deve afetar "em grau moderado a economia mundial". "Mesmo assim, a economia mundial cresceria a taxas saudáveis este ano e no ano que vem", avalia.

O presidente do BC disse que "nenhum país pode se considerar imune à turbulências internacionais?. Acredita, no entanto, que ?o Brasil tem condições de entrar o ano de 2008 com a economia funcionando dentro de uma dinâmica extremamente
favorável, a exemplo do que está acontecendo neste ano".

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Ele lembrou que a economia brasileira está crescendo impulsionada pelo aquecimento da demanda interna, motivada pela melhora na renda e pela expansão do crédito. "Tudo isto está acontecendo dentro de um ambiente de flexibilização da política monetária, que ainda não mostrou todo o seu efeito", disse Meirelles.

A segurança do Brasil, segundo ele, está ainda no superávit elevado da balança comercial, nas reservas internacionais, que hoje chegam a mais de US$ 160 bilhões, no equilíbrio da inflação e no saldo positivo da conta corrente internacional.

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Na política de exportação, disse que o Brasil está diversificando sua pauta. "Os Estados Unidos são o maior parceiro comercial do Brasil, é verdade, mas o nosso comércio com eles se situa hoje em 17%, quando já esteve em 25%, 26%. Esse número é a participação de toda a União Européia nas vendas para os Estados Unidos".

No caso de um agravamento da crise americana, de acordo com o presidente do BC, "o Brasil seria afetado numa escala muito menor que outros países".