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Meirelles diz em Davos que projeção do mercado para PIB vai chegar a 3%

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, avaliou nesta terça-feira, 23, que a projeção do mercado financeiro para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano vai aumentar. Para ele, é possível que a expansão da atividade doméstica supere os 3% este ano, embora a estimativa oficial ainda seja esta.

“A expectativa é de crescimento de 3% este ano. O mercado ainda está em 2,8%, mas esse número está aumentando, agora foi para 2,85%… Esse número vai chegar a 3%. Pode subir, pode passar”, previu em Davos, onde participa do Fórum Econômico Mundial.

Ele falou com os jornalistas nos logo após fazer uma palestra para investidores durante um almoço promovido pelo Banco Itaú, um evento que ocorre todos os anos e que já contou com a participação do ministro na edição anterior.

“O grupo está bastante interessado no Brasil. Não só no sentido de estar contemplando oportunidades de investimento, mas também entusiasmado e confiante com as mudanças que estão acontecendo. A diferença em relação ao ano passado é muito grande”, comparou.

Para ele, em 2017, existia um interesse pelo País, que começava a dar sinais de melhora. Agora, no entanto, houve uma consolidação da trajetória de recuperação de crescimento, conforme o ministro. Ele salientou que 2017 terminou num ritmo forte de crescimento de 3%.

Questionado sobre projeções mais tímidas feitas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), Meirelles considerou que o órgão é mais conservador, “como deve ser”. “Evidentemente que os analistas brasileiros têm mais informação a respeito e o crescimento pode até superar 3%”, reforçou.

Privatizações

Reforçando que sempre foi um defensor das privatizações, o ministro da Fazenda evitou se alongar sobre a discussão sobre a privatização da Petrobras. Para ele, o mais importante agora é o País manter o foco na desestatização da Eletrobras, que poderá ser lembrada como algo tão ou mais importante do que o feito no País no setor de telefonia na década de 90.

“Por princípio, sou a favor da privatização. Tenho expresso essa posição há muitos anos, mas tudo tem que ser feito paulatinamente. Temos um trabalho a ser feito agora, que é o da privatização da Eletrobras”, defendeu ele, lembrando que o processo começou a ser debatido no Congresso e que alguns parlamentares já começaram a colocar em dúvida a aprovação.

Para o ministro, a privatização da Eletrobras passará pelo Congresso mas ele salientou que será um “grande desafio”. “(O projeto da Eletrobras) Já está sendo questionada no Congresso e não acho um momento adequado estarmos criando muito ruído sob este aspecto. Acho que a Petrobras é um ícone da sociedade brasileira desde anos 50”, considerou. “Vamos vencer a batalhar, isso é que é importante”, acrescentou.

Investimentos no País

O ministro da Fazenda ainda enfatizou o crescimento maciço do Investimento Direto no País (IDP) brasileiro e previu que a cifra em 2018 poderá superar, inclusive, o dado do ano passado. Até novembro, conforme dados do Banco Central, o IDP somou US$ 65,035 milhões em 2017. A projeção da instituição ainda é de US$ 75 bilhões.

“Para este ano, deve ser um número superior ao do ano passado. É um pouco cedo para prever, mas pode chegar a US$ 70 bilhões, mas vamos aguardar. É um pouco prematuro”, disse ele em Davos.

Além do IDP, Meirelles salientou que o investimento agregado também está crescendo, o que mostra o interesse gerado pelo aumento da demanda e das perspectivas. Não há dúvidas, no entanto, conforme o ministro, que se for olhar o prazo mais longo e em período eleitoral, é normal que alguns tenham um pouco de cautela sobre investimentos, já que esperam o desenrolar dos acontecimentos. “Mas o interesse é muito grande e o IDP continua muito forte e tende a crescer”, considerou.

Após a fala de Meirelles, o Ministério da Fazenda informou que a projeção para investimento direto no País é de US$ 80 bilhões para este ano, e não US$ 70 bilhões. A Fazenda acrescentou que o Banco Central ainda não fechou os números de 2017, que terá um saldo de US$ 75 bilhões, pelos cálculos do ministério.

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