O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, comemorou na noite desta quinta-feira, 24, a aprovação na Câmara da medida provisória (MP) que muda a taxa que norteia o custo dos financiamentos do BNDES. Ele citou as distorções provocadas pelo modelo atual, no qual subsídios em empréstimos do banco são compensados por taxas mais altas de outros financiamentos públicos, como uma das razões de a taxa de juros do País ser tão alta.
O ministro lembrou que o Tesouro pagou nos últimos dez anos uma conta de R$ 100 bilhões vinda dos subsídios dados em empréstimo do BNDES. “Toda sociedade paga por isso”, assinalou Meirelles, ao participar de evento do jornal Valor Econômico.
Antes dele, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, fez criticas à Taxa de Longo Prazo (TLP), que pode substituir a atual Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), mais barata, se a medida provisória aprovada nesta quinta-feira na Câmara também passar pelo Senado.
Meirelles considerou normal que um presidente de federação industrial defenda os interesses de seus representados. Numa tentativa de tranquilizar o empresariado, ressaltou que a medida não impede o governo de dar outros subsídios a investimentos, caso o Orçamento permita.
Durante o evento, Meirelles afirmou que a agenda de reformas do governo voltou a andar – citando como indício claro disso a aprovação da reforma trabalhista – e, embora tenha considerado difícil o cenário fiscal deste ano e de 2018, avaliou que o País voltará a acumular superávits primários “importantes” com o crescimento econômico.
O titular da Fazenda assinalou também que a crise talvez tenha sido subestimada “lá atrás”, em referência ao governo da petista Dilma Rousseff. “Nós herdamos a crise”, frisou.