O Comitê de Política Monetária (Copom) reúne-se nas próximas terça e quarta-feira pela última vez sob o comando do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Deverá, conforme a visão amplamente majoritária do mercado financeiro, manter a taxa básica de juros (Selic) nos atuais 10,75% ao ano.

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Na semana passada, as apostas em alta da Selic já em dezembro estavam crescendo por conta dos recentes (e elevados) índices de preços, mas a decisão do Banco Central e do Conselho Monetário Nacional (CMN) de adotarem medidas para restringir o crédito a pessoas físicas e retirar R$ 61 bilhões de circulação da economia por meio da alta nos depósitos compulsórios derrubou as apostas, sancionando a tese de manutenção da Selic.

Foi certamente a última medida de impacto tomada por Meirelles, que sairá do BC com o presidente Lula. Em seu lugar assumirá Alexandre Tombini, já escolhido pela presidente eleita Dilma Rousseff.

Dono do recorde de permanência à frente do BC, Meirelles enfrentou pressões internas de petistas no início do primeiro governo de Lula para baixar os juros, principalmente pela ala comandada pelo ex-ministro José Dirceu. Mas ele não as aceitou. Chegou a ser cobrado publicamente por isso pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, durante uma cerimônia no Palácio do Planalto. “Presidente Lula, o Meirelles tem de baixar os juros”, disse Mantega. Meirelles não respondeu. Com sua política, conseguiu manter a inflação sob controle.

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