O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, avaliou hoje, em explanação na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Dívida Pública, na Câmara dos Deputados, que o crescimento mais forte da economia brasileira em 2010 é resultado da política de responsabilidade macroeconômica. Segundo ele, essa política permitiu o aumento da expansão nos últimos anos. Meirelles comentou que, de 1999 a 2002 (governo Fernando Henrique Cardoso), a taxa de crescimento médio do Produto Interno Bruto (PIB) foi de 2,1%. Ele observou que, no período de 2003 a 2005, a taxa subiu para 3,3% e que, de 2006 a 2008, aumentou para 5%. Os dois últimos períodos se referem ao governo Luiz Inácio Lula da Silva.
“Teremos que avaliar, com as revisões (do PIB), o resultado de 2009, mas foi ao redor de zero, que é um resultado positivo em comparação com o dos demais países”, afirmou o presidente do BC, referindo-se ao fato de que o PIB brasileiro em 2009 sofreu os efeitos da crise financeira de 2008/2009. Para 2010, Meirelles destacou que a previsão do BC é de uma expansão de 5,8% do PIB. Ele insistiu na tese de que a política econômica deve ser medida pelo resultado e que não se pode avaliar apenas pontualmente, e sim o resultado geral. Entre os resultados, Meirelles apontou o número de brasileiros que ingressaram na classe média e a redução da taxa de desemprego. Ele disse que 30 milhões de brasileiros passaram para a classe média no governo Lula e que 9,1 milhões de empregos foram criados a partir de 2003.
O presidente do BC apresentou, na audiência, o que chamou de “sumário do círculo virtuoso” da economia brasileira, que tem possibilitado a queda do risco País e, com isso, o aumento do nível de investimento na economia. Meirelles mencionou a redução da dívida líquida do setor público, a responsabilidade macroeconômica, a dívida externa líquida negativa – o País se tornou credor internacional -, a melhoria da sustentabilidade dos indicadores externos, a aquisição do grau de investimento, a redução do prêmio de risco e a quitação antecipada da dívida estruturada externa e do débito com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Meirelles destacou que a taxa de risco do País é de queda, graças à política de credibilidade macroeconômica, e “não é resultado de uma manipulação do BC na taxa de juros.”