O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta sexta-feira, 17, que a primeira vez que declarou que o Brasil já mostrava sinais de crescimento foi recebido com ceticismo por parte da imprensa e uma dose de crítica também. Ele disse que para fazer essa análise se baseava em alguns indicadores, como a venda de papelão ondulado e consumo de energia, por exemplo, que são antecedentes do ritmo da atividade. As declarações foram feitas durante entrevista coletiva ao final do primeiro dia da reunião financeira do grupo dos 20 países mais ricos do mundo (G-20), em Baden-Baden, na Alemanha.

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“A indicação era de que o Brasil estava no rumo certo e o dado do Caged de ontem confirma isso”, afirmou em relação à criação de 35 mil postos formais de trabalho em fevereiro, pela primeira vez após 22 meses consecutivos de fechamento de vagas com carteira assinada. “O Brasil volta a crescer e está fazendo isso de forma robusta”, enfatizou. Ele voltou a repetir a projeção de que a expansão econômica no fim do ano, se anualizada, apresentará crescimento em torno de 3%.

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Aumento de impostos

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Meirelles disse que apenas na segunda e terça-feira é que fechará com sua equipe técnica os números de receitas e despesas para estimar se será necessário fazer um contingenciamento no Orçamento. Questionado sobre alíquotas possíveis para alguns impostos, ele desviou do assunto, alegando que ainda não há uma definição sobre se será necessário aumento de impostos para fechar as contas do governo este ano.

“Reafirmo o que disse em agosto do ano passado: o compromisso é com a meta e será feito o que for necessário para cumpri-la.Nossa previsão é que cumpriremos meta fiscal de 2017”, reforçou.

O ministro disse que não é apenas do lado da possibilidade de criação de impostos que há incertezas. Ele citou que é preciso esperar pelo resultado de arrecadação da segunda fase do programa de repatriação e refazer estimativas. Com a expectativa de retomada da economia, a arrecadação, de acordo com ele, tende a crescer mais do que o Produto Interno Bruto (PIB) em 2017.

Reforma da Previdência

Ainda que sofra rejeição popular, a proposta de reforma da Previdência está bem equilibrada, na opinião de Meirelles. “É claro que o governo terá de enfrentar algumas decisões importantes, como ocorre com qualquer reforma”, afirmou. Segundo ele, sempre haverá descontentamento por um grupo que não se encaixaria por um mês, por exemplo, nas regras de transição, mas que outras propostas também gerariam questões como esta.

Só haveria uma forma de evitar reclamações setorizadas, de acordo com o ministro: impondo que todos os cidadãos estariam dentro da nova lei “e ponto final”. “Quando se faz uma reforma, todos têm de colaborar”, afirmou.

Meirelles avaliou que o Brasil tem feito “progressos enormes em várias frentes” e citou como primeiro exemplo a aprovação pelo Congresso da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que coloca um teto para o aumento dos gastos públicos. “Agora estamos propondo a reforma da Previdência, que está mobilizando todo o País”, pontuou, acrescentando, na sequência, as mudanças no ensino médio, o início das discussões sobre a reforma trabalhista e também sobre a tributária. “E estamos discutindo também a questão da política externa”, acrescentou, informando que se reunirá na semana que vem com o novo ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes.