Dois dias após aumentar a taxa básica de juros da economia (Selic) de 8,75% para 9,5% ao ano, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse hoje que a autoridade monetária está disposta a corrigir desequilíbrios da economia. “Se existe desequilíbrio, isso será corrigido de uma forma ou de outra. Ou o Banco Central corrige e a grande vantagem é que (o BC) tem piloto, ou a inflação corrige e isso é um sistema que a história do Brasil já provou ser o pior de todos e é deletério para a sociedade.”
Meirelles afirmou que é importante que os próximos governos mantenham a autonomia operacional do Banco Central. Ele destacou que a liberdade que o BC desfruta hoje para atuar em diversas áreas, sobretudo em política monetária, fiscalização e supervisão financeiras, permitiram que o País registrasse bons resultados. A estabilidade macroeconômica gerada pela busca persistente da meta de inflação criou previsibilidade no País, estimulou investimentos, geração de empregos e confiança nas perspectivas para os próximos anos.
“É importante que o próximo presidente da República mantenha essa autonomia operacional do BC. Agora, se essa autonomia será uma decisão do presidente da República ou do Congresso Nacional e da sociedade, através de projeto de lei, isso não compete a um presidente do Banco Central dizer”. Meirelles fez os comentários após participar do evento Regulamentação do Artigo 192: Desenvolvimento e Cidadania, promovido pelo Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) e Ipea.