Brasília ( AG) – O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) dados de movimentações bancárias dele e de suas empresas. Meirelles se antecipou, assim, a uma provável decisão do Supremo favorável à quebra de seu sigilo bancário, cujo pedido foi feito pelo procurador-geral da República, Cláudio Fontelles.
Apesar de ter liberado dados, Meirelles afirma que a quebra de seu sigilo bancário é ?desnecessária e ilegal?. Meirelles é alvo de inquérito no STF por sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, crime eleitoral e remessa ilegal de dinheiro para o exterior.
O ministro Marco Aurélio Mello, do STF, pode decidir ainda esta semana se aceita a quebra do sigilo.
Está marcada para hoje, às 14h30, audiência de Meirelles no Congresso, em sessão conjunta de cinco comissões da Câmara dos Deputados. O presidemte do BC terá que fazer um relato da atuação da instituição. O prazo para que Meirelles relate ao Congresso o desempenho das políticas monetária, cambial e creditícia, do último semestre de 2004, terminou em março, mas ele obteve sucessivos adiamentos para essa obrigação, que é determinada pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
São fortes os rumores, em Brasília, de que Meirelles pode ser um dos primeiros a deixar o governo na reforma ministerial que o presidente Lula pode anunciar esta semana.
Apesar do desgaste provocado pela ação no STF, há versões de que Meirelles pode deixar o BC para se candidatar ao governo de Goiás.
Deputados do PFL vão aproveitar a ida do presidente do Banco Central à Câmara dos Deputados para interrogá-lo sobre as denúncias de crime eleitoral e evasão de divisas.