Animado e cheio de frases de efeito, no melhor estilo Eike Batista, o presidente do Grupo EBX rompeu hoje (9) silêncio de três meses para anunciar novidades nas empresas de seu conglomerado, negar rumores de que estaria doente e responder às críticas sobre a evasão de executivos de suas companhias. Num dia em que a bolsa fechou em baixa de 2,40%, Eike viu os papéis de algumas de suas empresas subirem até 8%.
O empresário deu detalhes em negócios de diferentes setores, todos de cifras bilionárias. Afirmou que três de suas cinco companhias listadas na bolsa – que chegaram a ser chamadas de “empresas de vento” – começarão a gerar fluxo de caixa em agosto deste ano.
Disse que listará papéis em Londres, comentou a descoberta de um poço de petróleo com características inéditas e anunciou ainda o lançamento de uma nova empresa do grupo, também com o indefectível X que marca seus negócios: CCX, de carvão colombiano.
“Esta fábrica de rumores dos trópicos já disse que estou tendo colapso nervoso, perdendo funcionários, perdendo a mão, perdendo a direção das empresas. Não tem nada disso”, afirmou. “Estou aqui com 11 dos nossos 44 diretores mostrando que o grupo tem uma consistência importante e que minha saúde não poderia estar melhor.”
Colômbia
Um dos grandes destaques ficou por conta do anúncio de planos para a criação da CCX, a partir de uma mina de carvão na Colômbia hoje subordinada à MPX, da área de energia. A abertura de capital (IPO) deve ocorrer até o primeiro trimestre de 2012 simultaneamente nas bolsas de São Paulo, Londres e Bogotá, e deve arrecadar até US$ 1,5 bilhão, espera Eike. “Este é o Carajás do carvão”, disse, sobre a qualidade do recurso, numa comparação ao minério de altas cotações da mina da Vale no Pará.
Ricardo Correa, da Ativa Corretora, disse que o anúncio de Eike de aumentar a produção da mina de 5 milhões de toneladas em 2012 para 35 milhões de toneladas em 2015 fez a corretora elevar os cálculos de preço de rentabilidade de R$ 7 para entre R$ 10 e R$ 15 por ação.
Eike também anunciou que MPX, OGX (petróleo) e OSX (equipamentos e serviços navais) vão se tornar operacionais em agosto, somando-se à MMX (mineração), até hoje a única empresa do grupo a gerar caixa. Apenas a LLX (logística) ficará pendente, gerando caixa a partir de 2013.
Suas empresas de petróleo e mineração terão os papéis listados em Londres até o início do segundo semestre, garantiu. O objetivo, disse é acessar mercados e investidores que possam melhor financiar as empresas, já que alguns “se sentem atraídos pelo Brasil, mas ficam intimidados com toda a burocracia que existe para entrar no mercado”.
