A possibilidade de um aumento da inflação deixou os consumidores menos otimistas para os próximos seis meses, segundo apurou o Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec) do terceiro trimestre, divulgado nesta sexta-feira (28) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O indicador ficou em 104,8 pontos, uma queda de 1,2% em relação ao segundo trimestre de 2007 e de 5,2% na comparação com o mesmo período de 2006.
Cinqüenta e cinco por cento dos entrevistados responderam que esperam um aumento da inflação nos próximos meses. É o maior porcentual detectado pela pesquisa deste março de 2005. Outros 15% esperam uma queda da inflação e 30% acham que o índice não mudará. "Essa percepção dos consumidores certamente foi influenciada pelos aumentos de preço ocorridos a partir de junho sobretudo no setor de alimentos e bebidas", afirma o documento da CNI.
Desemprego e renda
Também houve uma piora nas expectativas do consumidor brasileiro em relação ao desemprego, à renda geral e à própria renda. Segundos os números da CNI, 54% dos entrevistados esperam aumento do desemprego, 27% acham que vai diminuir e 20% apostam na manutenção do quadro atual. A CNI destaca que a piora na expectativa chama atenção em função da sazonalidade favorável com a chegada do fim do ano e as recentes quedas no índice de desemprego.
Outro fato destacado pela entidade é que quando questionado sobre a expectativa de evolução do próprio emprego, o entrevistado se mostra mais otimista do que no levantamento do segundo trimestre de 2007.
Quanto à expectativa de evolução da renda, ambos os indicadores exibem ligeiro recuo na comparação com junho de 2007. Ainda assim, 40% esperam aumentar a própria renda nos próximos seis meses, 17% responderam que deve ter uma diminuição na renda e 44% acham que não terá alteração. O Inec também apurou que 32% das pessoas acham que a renda geral do País vai aumentar nos próximos meses enquanto 28% esperam uma queda da renda e 40% não esperam alteração.
Perspectiva favorável
Mesmo com a piora dos números, a CNI destaca que índice do Inec, de 104,8 pontos é maior do que o valor médio para terceiro trimestre. Por esse motivo, os técnicos da CNI acreditam que o crescimento da demanda manterá o atual ritmo. "A despeito do recuo, o INEC demonstra a manutenção de um quadro favorável nos próximos meses, com a manutenção do atual ritmo de crescimento da demanda do consumo das famílias", afirma a CNI.
A pesquisa foi feita com base em entrevistas conduzidas pelo Ibope com 2.002 eleitores de 142 municípios entre os dias 13 e 18 deste mês.