As medidas anunciadas na quinta-feira (11) pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, são insuficientes para o setor exportador. A avaliação foi manifestada nesta sexta-feira (12) pelo diretor-adjunto do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Thomaz Zamotto.
“O pacote é bem-vindo porque diminui o risco da redução da atividade industrial e, também, dos efeitos da crise. Mas demonstra claramente que a preocupação do governo está relacionada principalmente à queda do consumo interno do país, motivo da renúncia fiscal anunciada”, disse Zamotto.
Segundo o dirigente da Fiesp, o único ponto positivo das medidas, para o setor exportador, é a possibilidade de crédito para empresas que tenham dívidas em moeda estrangeira. “É claro que, com o custo de crédito altíssimo, a oferta de empréstimos em dólares da reserva para empresas com dívidas no exterior beneficiará exportadores e importadores, mas faltam incentivos específicos para a exportação”.
De acordo com Zamotto, as linhas de Adiantamento de Contratos de Câmbio (ACC) ainda estão muito restritas e caras. “Nós defendemos maior agilidade para as ACCs e para a devolução de empréstimos e impostos acumulados, com atenção especial ao setor do agronegócio.”
Ele defende a utilização de parte do compulsório visando financiar a dilatação de prazo para o pagamento de impostos. “Seria salutar que o prazo para recolhimento do ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviço] aumentasse em 60 dias, além dos atuais 45 dias”, sugere.
