As mudanças anunciadas nesta quinta-feira pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para facilitar o financiamento de imóveis foram bem recebidas pelo presidente do Sinduscon-PR (Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Paraná). "Essas medidas devem estimular o mercado imobiliário e permitir que um número muito maior de famílias possa ter acesso aos programas de financiamento da moradia", avalia Júlio César de Souza Araujo Filho.
O CMN aprovou uma série de medidas que beneficiarão a classe média para obter financiamento habitacional com os recursos da caderneta de poupança. Além da redução de juros e ampliação dos prazos de financiamento, o CMN criou um "fator multiplicador", que incentiva os bancos a financiar a compra de imóveis de valor mais baixo e com taxas de juros menores. Também o limite máximo do valor do imóvel a ser financiado subiu de R$ 300 mil para R$ 350 mil, e o valor do financiamento, de R$ 150 mil para R$ 245 mil.
De acordo com Júlio Araujo Filho, as medidas atendem parte das sugestões feitas pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) ao governo. Para o Sinduscon-PR, que vem participando ao lado da CBIC do grupo de estudos que subsidiou o CMN, uma das principais medidas anunciadas é a oportunidade de financiar a faixa de mutuários de menor renda, um segmento até agora ignorado pelos agentes financeiros privados.
No entanto, o presidente do Sinduscon-PR ressalva que a adoção do chamado "fator de multiplicação" é decisão exclusiva do CMN. "A proposta do setor da construção era utilizar índices inferiores aos anunciados pelo CMN", disse Júlio Araujo Filho.