O pacote habitacional anunciado na última terça-feira pelo governo federal promete dar novo fôlego ao setor da construção civil e ao mercado imobiliário. ?Tudo o que vem para reduzir impostos, por mínima que seja a redução, é positivo?, apontou Marcos Machado, vice-presidente de comercialização imobiliária do Secovi-PR (Sindicato da Habitação do Paraná), referindo-se a uma das medidas do pacote – a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), de 10% para 5%, de materiais de acabamento.
Para Machado, outro ponto importante diz respeito à nova linha de crédito para a produção imobiliária pela Caixa Econômica Federal, que visa financiar até 85% do custo da obra. A inclusão de empresas da construção civil na Lei Geral de Micros e Pequenas Empresas, que simplifica e reduz a tributação sobre empresas com faturamento de até R$ 2,4 milhões, também deve contribuir, segundo ele.
?A gente só acha que este pacote deveria ter saído antes, e não agora na época de eleição?, criticou. Para Machado, porém, algumas medidas que fazem parte do pacote – como o financiamento pelo BNDES de moradias para empregados de empresas que tomarem recursos do banco – são ?um pouco remotas?. ?É preciso aguardar a regulamentação.?
Em Curitiba, o setor imobiliário vem sentindo a redução da oferta de imóveis nos últimos anos. Conforme dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Paraná (Sinduscon-PR), a produção imobiliária caiu de 1,6 milhão metros quadrados em 2000 para 620 mil metros quadrados em 2003. O resultado foi a escassez de imóveis, especialmente usados. ?Os imóveis usados subiram uma barbaridade, cerca de 40% a 50% entre um ano e um ano e meio?, afirmou Machado.
Sinduscon-PR
Para o presidente do Sinduscon-PR, Hamilton Franck, duas medidas do pacote devem de fato alavancar o setor: a flexibilização da utilização da TR (taxa referencial) nos financiamentos – que pode acirrar a concorrência entre os bancos – e o fato de a Caixa Econômica Federal voltar a financiar a construção civil, ?de forma mais arrojada, como era até 1990. ?Também o investimento do BNDES em inovações tecnológicas é importante?, acrescentou.
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