O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse nesta segunda-feira (10) que novas medidas referentes à política industrial estão em fase de finalização e devem ser anunciadas em outubro. De acordo com ele, há muitos ajustes internos a serem feitos juntando diversos programas e instrumentos de política industrial. Coutinho não quis dar detalhes sobre os novos procedimentos da política industrial e justificou dizendo que o titular do assunto é o ministro Miguel Jorge, do Desenvolvimento.

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Pouco antes de sua exposição "Desafios da Competitividade Industrial", Coutinho havia dito que o principal foco da política industrial é apoiar e assegurar a continuidade do ciclo brasileiro de investimento. Segundo ele, uma avaliação feita pelo BNDES mostra que a taxa média de crescimento do investimento é de 14% ao ano no período de 2007 a 2010, puxada por petróleo e gás, mineração, siderurgia e petroquímica. O setor automotivo e o de fármacos mostram insuficiência em relação à demanda e, por isso, deverão contar com novas ações da política industrial.

Bioenergia

O presidente do BNDES disse que a instituição – em conjunto com o Ministério de Minas e Energia e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), sob supervisão da ministra Dilma Roussef, da Casa Civil – estrutura um sistema de caldeiras de alta pressão que gerarão um excedente de energia que dará suporte para o Brasil atravessar um período mais crítico de oferta, entre 2010 e 2011. "A travessia deste período pode ser enfrentada com os investimentos em energia já em andamento, além de novas fontes complementares do programa de bioenergia, a partir do bagaço de cana e da biomassa, por exemplo", disse Coutinho.

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Segundo ele, a idéia é acelerar os projetos nessas áreas, e já há fortes investimentos em usinas de açúcar e álcool. Se equipados com caldeiras de alta pressão, essas usinas geram um excedente de energia que pode suplementar a oferta. "Isso dissipará dúvidas sobre o balanço enérgico brasileiro", ressaltou. Segundo ele, na carteira do BNDES há mais de 70 projetos em usinas de açúcar e álcool, e todas estarão equipadas com caldeira de alta pressão para suplementar energia ao sistema.