O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, afirmou ontem que até o final de março o governo deve estender o prazo para internalização de dólares obtidos por exportadores dos atuais seis meses para um ano. Segundo Furlan, a legislação que rege o câmbio no País é muito antiga, da época em que o Brasil enfrentava crises cambiais, e não se adequa mais à conjuntura econômica atual.
Hoje, o exportador é obrigado a trazer as divisas obtidas com as vendas ao exterior seis meses depois do embarque. O que o governo estuda é que o exportador tenha a opção de manter as divisas no exterior, contabilizadas, e, portanto, já fazendo parte das reservas brasileiras.
Dessa forma, seria possível escolher o momento mais adequado para trazer os recursos para o País sem que ele seja obrigado a vender dólares em épocas de cotação menos favorável.
O ministro afirmou que as empresas que têm compromissos de financiamento no exterior também seriam beneficiadas. Isso porque mesmo trazendo recursos para o Brasil, muitas vezes elas se vêem obrigadas a captar recursos poucos meses depois para pagar dívidas em razão da flutuação desfavorável da moeda americana.
Como conseqüência para as empresas, o ministro aponta a redução do risco e do custo de captação das empresas no exterior. Com a possibilidade de manter um fluxo de caixa para imprevistos em bancos estrangeiros, a tendência é que as taxas de juros cobradas diminuam. "É uma garantia indireta que a empresa tem recursos disponíveis para pagar compromissos futuros", disse Furlan.
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