Uma pesquisa do Instituto IMS Health, que audita o mercado farmacêutico, apontou que a participação dos medicamentos genéricos no mercado paranaense aumentou 1,63% em um ano (entre junho de 2006 e junho de 2007). Atualmente, 14,8% do total de medicamentos vendidos no Estado são genéricos. O crescimento está abaixo da média nacional, que foi de 2,5%. No entanto, o Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado do Paraná (Sindifarma-PR) aponta um crescimento de 12% nas vendas de medicamentos genéricos nos últimos oito meses. No Brasil, o IMS Health mostra um crescimento de 23,2% no volume de unidades comercializadas entre o primeiro semestre deste ano e o de 2006.
?Temos sentido um crescimento acentuado. Isso acontece principalmente em função da conscientização da população, que já chega ao estabelecimento comercial pedindo o produto genérico?, explicou o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado do Paraná (Sindifarma-PR), Edneir Zandoná Júnior. O preço do genérico é cerca de 50% menor que do medicamento referência. ?Sempre que eu posso peço o genérico. O custo-benefício é melhor?, afirmou a professora Daniela Portugal Tschoeke, que estava comprando um anticoncepcional que não tem genérico. ?É caro! Pena que não tem o genérico?, reclamou ao mostrar o medicamento.
A pesquisa do IMS Health aponta que a participação dos genéricos no mercado é maior nas regiões Sul e Sudeste. Enquanto nas outras regiões a participação desse tipo de medicamento nas vendas fica entre 10% e 12%, no Sul ocupa 15,4% do mercado e no Sudeste 18,6%. Segundo o vice-presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró-Genéricos), Odmir Finotti, esses números são conseqüência do aumento das vendas. ?O consumo dos genéricos está crescendo no Brasil cerca de 25% por mês enquanto o mercado farmacêutico cresce por volta de 5% por mês?, afirmou.
O presidente do Conselho Regional de Farmácia do Paraná, Dennis Armando Bertolini, garante que os profissionais das farmácias são orientados a informar os clientes da existência dos genéricos, caso exista a possibilidade.
Qualidade
Bertolini atribui o aumento das vendas à credibilidade que os medicamentos genéricos ganharam nos últimos anos. ?Um dos problemas enfrentados pelos genéricos foi a existência dos remédios similares. Mas eles têm atendido às expectativas com relação à qualidade?, constatou. O farmacêutico só ressalta que é preciso uma fiscalização constante da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão do Ministério da Saúde, já que não são todos os lotes que passam pelo teste de comprovação de equivalência. ?Eu confio, consumo e recomendo os genéricos aos meus pacientes por causa do preço?, atestou a fisioterapeuta Neili Cerda.