O ministro do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Mauro Borges, afirmou nesta quinta-feira, 29, que o segmento de serviços fatores (parte de serviços ligados a remessa de lucros dividendos em função dos investimentos estrangeiros e amortização de dívidas) é uma parte substantiva para garantir o desenvolvimento brasileiro. “A presença de capital brasileiro no exterior é o que vai melhorar a posição da balança de serviços fatores”, afirmou.

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Segundo Borges, o atual déficit de serviços fatores da economia brasileira é da ordem de US$ 80 bilhões. “Boa parte do déficit da conta corrente na balança de pagamentos do Brasil vem dos serviços fatores”, explicou. Ele reforçou que esse déficit só será reduzido com a presença brasileira no exterior. “Há um debate sobre empréstimos a empresas brasileiras que estão investindo no exterior, esses recursos são fundamentais para ampliar a competitividade brasileira.”

Apesar desse dado e de o Brasil ainda ser pequeno no comércio de serviços, o ministro disse que o país está crescendo “relativamente bem”. “O comércio de serviços ganhou muita escala do mundo. A participação brasileira ainda é pequena, mas vem crescendo duas vezes mais que a taxa mundial, é um indicador muito bom”, disse, durante no Encontro Nacional de Comércio Exterior de Serviços (Enaserv), promovido pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), em São Paulo. O ministro participou do painel “As Perspectivas das Exportações Brasileiras de Serviços sob a Ótica das Autoridades Públicas e das Lideranças Empresariais”.

Borges disse ainda que a aduana tem feito inúmeros processos de simplificação no comércio de serviços. “No acordo multilateral de Bali, liderado pela OMC, a questão da simplificação do comércio tornou-se relevante.”

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De acordo com o ministro, muitas dessas críticas acontecem porque ainda há no país o “complexo de vira-latas”. “O Brasil tem ‘bala na agulha’, temos que ampliar presença brasileira no exterior, isso é decisivo para alçar o setor de serviço a um nível similar de países desenvolvidos”, afirmou.

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O ministro disse ainda que na balança de serviços não fatores também possui um déficit elevado. “Não tem milagre. Para melhorar a balança de não fatores também temos que investir no exterior. Você não exporta serviços só no suor”, afirmou.

Durante o painel, o secretário de Comércio e Serviços do MDIC, Humberto Luiz Ribeiro, apresentou cinco produtos relacionados ao setor de serviços: Guia Básico para Exportação de Serviços; pesquisa junto aos exportadores e potenciais exportadores de serviços e intangíveis; Estatísticas e Perguntas frequentes do Sistema Integrado de Comércio Exterior de Serviços (Siscoserv); além do Perfil dos Negócios em Serviços-Brasil e dos países que estão participando da Copa 2014.

Além dos membros do MDIC, participaram do painel o presidente da AEB, José Augusto de Castro, o secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Barreto, Mauricio Borges, presidente da Apex-Brasil, e o diretor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luiz Eduardo Melin Carvalho e Silva.