O declínio surpreendente de 3,50% da produção industrial em dezembro coloca um viés negativo para os próximos indicadores de atividade no início de 2014. A avaliação foi feita pelo economista-chefe da Mauá Sekular Investimentos, Alessandro del Drago.
Além da queda disseminada em todas as atividades pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o economista destacou a retração de 11,6% em bens de capital. O recuo, segundo ele, não é bem visto. “É um sinal do que deve vir a ser o início do ano em termos de investimento”, disse, acrescentando que previa baixa de 2% na produção industrial do último mês de 2013. Segundo o IBGE, a produção industrial caiu 3,50% em dezembro ante novembro, com ajuste. No confronto com dezembro de 2012, a produção cedeu 2,3%. Já no acumulado de 2013, a produção da indústria acumulou alta de 1,20%.
De acordo com o economista, os números indicam que a economia brasileira ficou estagnada no segundo semestre e deve permanecer assim nos próximos meses. “É um carrego estatístico (ruim) para 2014. Começa a vir em linha com o apontado pela queda na confiança da FGV (Fundação Getulio Vargas)”, afirmou. Os números, disse Drago, também já começam a refletir os primeiros efeitos do aperto monetário, que começou em abril de 2013.
Nos cálculos do economista, com o resultado de hoje, a estimativa é que o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de dezembro registre baixa de 1,20%. “Somente em outubro o IBC-Br subiu. No restante do ano, ou ficou perto de zero ou caiu”, disse. Com isso, a previsão de Drago para o Produto Interno Bruto (PIB) no quarto trimestre do ano passado ainda é de crescimento, mas de apenas 0,30%. Já a expectativa da Mauá Sekular para o PIB em 2013 é de alta de 2,20% e avanço de 1,50% em 2014.