A Nestlé, maior empresa de alimentos do mundo, culpa o etanol e a alta nas matérias-primas (commodities) agrícolas por sua decisão de aumentar os preços de seus produtos nos dois primeiros meses deste ano. Em 2007, a multinacional elevou os preços de mais de 10 mil produtos em todo o mundo para compensar a volatilidade e forte movimentos do setor de commodities para absorver os custos mais altos na produção.
Na avaliação do presidente e executivo-chefe da empresa, Peter Brabeck-Letmathe, a pressão nos preços dos alimentos deve cair no segundo semestre. A alta no valor dos produtos Nestlé, portanto, também deve desacelerar.
Em 2007, a empresa promoveu uma alta media de 3% nos preços de seus produtos, incluindo desde chocolate a alimentos para animais. Segundo a empresa, o preço do café subiu 77% nesse período, contra 34% no cacau. A Nestlé atingiu, em 2007, vendas acima de US$ 100 bilhões, volume maior que a exportação de muitos países africanos e sul-americanos que servem de base para o fornecimento de matérias-primas.
Ontem, os executivos destacaram que esses aumentos garantem que os lucros da empresa continuem sólidos. Para 2008, o ajuste ainda possibilitará que a companhia feche o ano com resultados acima do previsto. Segundo a empresa, o crescimento de vendas deve ficar próxima à taxa de 2007, quando atingiu 7,4%. Se isso se confirmar, a Nestlé registrará seu quarto ano consecutivo de forte crescimento. Segundo a empresa, a Páscoa também servirá como incentivo ao crescimento das vendas.