São Paulo (AE) – Um levantamento realizado pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que a massa real de rendimentos da população cresceu 4,7% em 2005 ante o ano anterior, uma variação considerada ?expressiva?, na avaliação do diretor-executivo da entidade, Julio Gomes de Almeida. O aumento da renda somado à maior oferta de crédito alimenta a expectativa de que o consumo das famílias contribua fortemente para o crescimento econômico em 2006.

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Mas não há garantias que o incremento da massa real se reverta em consumo maior de bens industriais e agrícolas e de serviços não monitorados, ressalta o Iedi. Isso porque, os preços de bens e serviços monitorados podem subir acima dos preços livres, limitando o efeito do incremento do poder de compra da população.

Outro ponto é que o aumento do crédito à pessoa física em 2005 vai demandar recursos adicionais dos orçamentos familiares para o pagamento de juros e amortizações, o que pode comprometer o consumo.

Apesar do incremento da massa real verificado em 2005, o desempenho dos dois anos anteriores foi tão negativo que os rendimentos ainda estão 0,8% inferiores ao registrados em 2002.

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Os dados mostram que o pessoal ocupado nos grandes centros urbanos cresceu 11,7% nos três anos do atual governo, uma média de 3,8% ao ano, com a criação de 2,078 milhões de empregos novos no período, ?o que não é nada mal?, segundo Gomes de Almeida.

Mas, no mesmo período, o rendimento médio real recuou 11,2%, perfazendo uma queda anual média de 3,7%. Esse resultado foi puxado pela acentuada queda do rendimento em 2003, de 12,1%. Diante desse quadro, o Iedi acredita que a recuperação real da massa salarial depende em grande medida da adoção de políticas de estímulo à indústria, setor que gera empregos formais e com melhores rendimentos.

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