economia

Marun: ‘Meirelles expressou posiçao que não condiz com pensamento do governo’

Escalado para a tropa de choque em defesa da reforma da Previdência, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, convocou uma coletiva de imprensa nesta terça-feira, 23, para rebater declarações do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, de que a reforma poderia ficar para novembro, somente após as eleições.

“O ministro Meirelles não participou das últimas conversas que tivemos aqui. Ele foi para Davos antecipadamente com afazeres intensos. Não participou das últimas reuniões do fim de semana e talvez por isso tenha colocado a sua opinião, seu pensamento. Mas, na verdade, não condiz com o pensamento do governo”, disse Marun.

Conforme mostrou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, na segunda-feira, 22, o ministro da Fazenda disse em reunião com investidores em Londres que a proposta poderia voltar a ser pautada logo após a eleição, caso não seja aprovada no mês que vem. Na entrevista coletiva, porém, Meirelles minimizou suas declarações a investidores e aos jornalistas reafirmou que a expectativa do governo é que a reforma seja em fevereiro. “A expectativa é em fevereiro, e não em novembro”, afirmou.

Ao ser questionado se essas declarações do ministro estariam atrapalhando as articulações políticas em torno da reforma, Marun fez questão de exaltar a figura do ministro. “O ministro Meirelles tem o desempenho fenomenal no Ministério da Fazenda e o que aconteceu foi isso, ele não participou das últimas reuniões”, disse.

Marun reiterou que as negociações pela reforma estão sendo feitas entre a área política do governo e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que toma as decisões em relação a agenda. “Estou aqui para reafirmar de forma peremptória a decisão e a disposição do governo em votar a reforma da Previdência ainda no mês de fevereiro e nos dias estabelecidos na agenda proposta por Rodrigo maia. Ou seja votação nos dias 19, 20 e 21, iniciando a discussão em 4 e 5 de fevereiro”, afirmou.

O ministro mostrou resistência ao ser questionado sobre quantos votos o governo tem hoje e se há realmente a disposição de colocar a matéria em votação mesmo que para perder, como já defendem nos bastidores alguns líderes e aliados do presidente Michel Temer. Marun disse que “se assusta com possíveis posições derrotistas” dentro do governo e reiterou que a votação em fevereiro é para ganhar. “Temos convicção de que teremos votos”, disse.

268

Diante da insistência da imprensa para um placar atual transparente, Marun fez uma analogia com o déficit de R$ 268 bilhões divulgados na segunda pelo governo e disse que os números atualmente estariam nesse patamar, indicando que faltam 40 votos. “Temos uma sinergia entre o déficit e o número de votos. Para bom entendedor meia palavra basta”, afirmou.

Além disso, Marun também usou o déficit da Previdência para ressaltar a importância de se aprovar a matéria. “Temos 268 bilhões de novos motivos para colocar em votação a reforma da Previdência”, disse.

O ministro disse que não há plano B e rechaçou qualquer possibilidade de a matéria ser aprovada apenas em novembro. “Não há plano B. Temos que ser realistas. É mais fácil o sargento Garcia prender o Zorro do que votar a reforma em novembro. É impossível”, declarou.

Em um tom otimista que lhe é peculiar, Marun repetiu que tem a “mais absoluta confiança que teremos os votos para aprovar a reforma em fevereiro”. “Eu vou dançar de alegria”, disse, ao ser questionado se em caso de derrota ele “dançaria” e perderia o cargo. Marun, durante a tramitação das denúncias contra Temer na Câmara, foi flagrado dançando e celebrando o fato de a denúncia não ter ido adiante.

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