Depois de admitir publicamente o uso de empréstimos da Caixa a prefeituras como moeda de troca pela aprovação da reforma da Previdência, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, negou que a suspensão dessas operações de crédito pelo conselho de administração do banco vá atrapalhar as negociações.

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“Agora está suspenso, então fica suspenso, vamos em frente”, disse Marun, após participar de reunião com lideranças da base aliada na residência oficial da Câmara dos Deputados para discutir estratégias para tentar aprovar a reforma.

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No fim do ano passado, Marun disse que os empréstimos concedidos pela Caixa, banco 100% da União, são “ações de governo”. “Senão, o governador poderia tomar esse financiamento no Bradesco, não sei onde”, disse à época.

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“Realmente o governo espera daqueles governadores que têm recursos a serem liberados, financiamentos a serem liberados, como de resto de todos os agentes públicos, reciprocidade no que tange à questão da (reforma da) Previdência”, afirmou na ocasião.

A Caixa suspendeu a concessão de empréstimos a municípios sem a garantia da União depois de o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, revelar que o banco havia sido autorizado a conceder mais de R$ 1 bilhão em financiamentos a prefeituras no último trimestre de 2017. Num empréstimo sem aval do Tesouro Nacional, o município e o banco negociam diretamente as garantias que serão acionadas em caso de inadimplência.