Futuro presidente da comissão especial que analisará a reforma da Previdência na Câmara, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) disse que a proposta enviada pelo governo Michel Temer é “consistente”, mas pode ser aprimorada. O parlamentar preferiu não adiantar detalhes sobre os trabalhos do relator, deputado Arthur Maia (PPS-BA), mas afirmou que a idade mínima de 65 anos é um ponto que poderia ser adaptado.
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“Tenho convicções de que a reforma é necessária e de que é necessária a idade mínima para aposentadoria. Eu não tenho uma antipatia, a princípio, em relação a essa idade. Talvez possamos analisar alguns setores, alguns segmentos em que a força física seja mais necessária para o exercício da profissão, onde comprovadamente a expectativa de vida daquele tipo de atividade seja menor que a média do brasileiro. Como regra geral, verifiquei que em outros países a idade mínima é até maior do que essa”, disse Marun.
A proposta do governo federal prevê idade mínima de 65 anos para aposentadoria de homens e mulheres, seja no meio urbano ou no rural. Apesar de a oposição avisar que vai postergar a indicação de membros da comissão especial, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), manteve o calendário de instalação dos colegiados para quinta-feira, 9, quando Marun deve ser oficializado como presidente.
Maia rebateu o discurso dos oposicionistas de que há uma tentativa de “atropelamento” do trâmite das matérias e defendeu a urgência das discussões. “Não podemos perder tempo. O Brasil está numa crise muito grande para que a gente perca tempo em duas matérias que são urgentes”, argumentou.
Marun prevê a conclusão da tramitação da proposta na Casa entre o fim de abril e o início de maio. “Vamos trabalhar com celeridade razoável para que no fim de abril, início de maio, tenhamos concluído esse trabalho para ser enviado ao Senado”, disse.
O peemedebista participou ontem de um almoço promovido pela Frente Parlamentar da Agropecuária para discutir a reforma da Previdência. O encontro também contou com a presença do secretário de Previdência do Ministério da Fazenda, Marcelo Caetano, e de técnicos da Casa Civil e do Ministério do Planejamento que trabalharam na proposta.
Caetano afirmou que “é possível chegar a um ponto de equilíbrio”. No entanto, ele não deu detalhes de qual seria esse equilíbrio ou quais eventuais mudanças estariam envolvidas.