O aumento no consumo, principalmente por parte da classe C, faz com que muitas empresas se adaptem a esta situação e busquem alternativas para que estes clientes ?de ouro? não se afastem jamais.
Os hipermercados são um exemplo. Hoje não é difícil encontrar produtos mais baratos e de boa qualidade nas prateleiras. Por exemplo, no Extra, que pertence ao Grupo Pão de Açúcar, metade da clientela pertence a classe C. Por conta disso, a rede se adaptou para agradar este tipo de cliente com as marcas próprias (que custam até 20% menos dos que as marcas tradicionais) e outros 168 itens apelidados de ?escolha econômica?, que são até 50% mais em conta. ?São pessoas que buscam qualidade e olham muito o preço?, contou o gerente do Extra do Alto da XV, em Curitiba, Hamilton Viana.
A mesma adaptação, mesmo que automática, ocorreu no mercado de automóveis, outro setor que cresceu muito por conta do consumismo. Em fevereiro deste ano houve um crescimento de 35,8% nas vendas em todo o País, com relação ao mesmo período do ano passado. Curitiba é o terceiro município que mais vendeu carros em 2007, segundo dados divulgados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos (Fenabrave). A capital vendeu cerca de 4,9% dos carros comercializados em todo o País, atrás somente das cidades de São Paulo e Belo Horizonte.
?O carro representa comodidade e até status. E as facilidades de crédito, aliados ao nível de emprego maior, estão contribuindo para que a gente venda cada vez mais?, comentou um dos diretores da Associação das Revendas de Veículos do Paraná (Assovepar), Gilberto Deggerone.
Até setores que tradicionalmente são os primeiros a sofrer o ?corte no orçamento? quando o dinheiro ?está curto?, como o lazer, por exemplo, estão em alta. O que exemplifica isso é a área de turismo. Os empresários estimam que o aumento nas vendas de pacotes em 2008 vai crescer 15% em relação ao ano passado. Tudo isso por conta da economia do País: juros baixos, crédito facilitado, aumento no poder aquisitivo do trabalhador e, o que dá segurança, o crescimento no emprego. Além, claro, da baixa do dólar, o que motiva cada vez mais as viagens internacionais. (MA)