O consumo de máquinas e equipamentos puxou a alta de 1,6% na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos no Produto Interno Bruto) na passagem do segundo para o terceiro trimestre, segundo cálculos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Mas a construção também contribuiu positivamente no período. Os dados do Indicador Ipea de Formação Bruta de Capital Fixo foram ajustados com base nos resultados das Contas Nacionais Trimestrais divulgadas nesta sexta-feira, 1º de dezembro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referentes ao terceiro trimestre de 2017.

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O componente máquinas e equipamentos cresceu 5,0% no terceiro trimestre ante o segundo trimestre do ano, enquanto a construção civil avançou 0,9%. O componente “outros” – que inclui desde touro reprodutor a árvores de café, passando por recursos dispensados com pesquisa e desenvolvimento – apresentou queda de 2,2%.

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“A construção está ainda com uma ociosidade muito forte, tantos nos ramos de residência, comercial e industrial. Quando você retoma a produção, não é necessário investir em construção. Você precisa é fazer alguma modernização e manutenção de máquinas e equipamentos para aumentar a produtividade. O empresário opta por comprar uma máquina nova para ficar mais competitivo”, explicou José Ronaldo de Castro Souza Júnior, diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea.

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No terceiro trimestre, a produção nacional de máquinas e equipamentos já descontadas as exportações cresceu 3,3% no terceiro trimestre ante o segundo trimestre do ano. Já a importação de máquinas e equipamentos avançou 23,8% no período. “Quando o dado está muito ruim, muito baixo, qualquer importação já faz com que a variação dê um salto”, relativizou Souza Júnior.

O crescimento dos investimentos no terceiro trimestre ocorreu após quinze trimestres seguidos de recuos. O avanço de 1,6% em relação ao segundo trimestre de 2017 representou a primeira variação positiva desde o terceiro trimestre de 2013. Segundo o Ipea, há uma recuperação em curso, mas ainda calcada em máquinas e equipamentos. “Na construção com certeza ainda não há recuperação, a retomada é de máquinas e equipamentos”, afirmou o diretor do Ipea.

Na comparação com o terceiro trimestre do ano passado, o componente máquinas e equipamentos subiu 9,9% no terceiro trimestre deste ano, enquanto a construção caiu 3,8%. O componente outros investimentos teve queda de 5,7%. A produção doméstica de máquinas e equipamentos menos o que foi exportado teve aumento de 10,7%, enquanto as importações subiram 8,4%.

O Ipea prevê uma queda de 2,5% na FBCF em 2017, seguida por avanço de 4,2% em 2018. Para o PIB, a expectativa é de alta de 0,7% este ano e avanço de 2,6% no ano que vem. “Mas provavelmente vamos revisar as projeções, e com viés de alta. Os dados estão melhores do que estávamos esperando. Houve revisão para cima. O PIB todo foi revisto, então devemos revisar para cima também nossas expectativas”, concluiu Souza Júnior.