Brasília – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, defendeu nesta quinta-feira (21) que o Conselho Monetário Nacional (CMN) confrme, na reunião ordinária da próxima semana, a meta de inflação de 2008 em 4,5%. O governo usa o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para as metas inflacionárias.

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"É uma meta que nós estamos praticando hoje. Está dando certo, permite que o Brasil cresça mais e não exige uma política mais rigorosa de juros altos, como no passado", afirmou Mantega.

De acordo com o ministro, a política monetária que vem sendo adotada tem a composição ideal: inflação baixa e crescimento maior, com juros decrescentes. "A maior preocupação é não deixar o pessoal do Banco Central nervoso, ansioso por ter que cumprir uma meta muito ambiciosa e subir os juros", disse bem humorado.

O ministro da Fazenda não quis comentar matéria do jornal Valor Econômico, que cita o presidente Lula como defensor também da meta de inflação em  4,5%, mas disse que as questões cruciais da República são sempre decididas pelo chefe do Executivo.

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"Coincidentemente, nós temos uma opinião muito parecida, muito convergente em relação a essa questão", afirmou, mais uma vez, bem humorado.

O ministro disse ainda que não vê riscos de o mercado financeiro elevar as estimativas se a meta for estabelecida em 4,5% . "Nós temos 2% de margem, o que significa que a inflação pode ficar em 2,5%", enfatizou.

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Conforme o ministro, atualmente, a questão mais importante para o crescimento não é mais a taxa de juros, mas o câmbio, porque, quando o Real se valoriza, baixa a inflação, já que os insumos ficam mais baratos e aumenta a oferta de produtos por causa dos importados.

"Nós temos um antídoto antiinflacionário muito poderoso, que é o câmbio, e a abertura da economia e a capacidade ampla de importação que o país tem".

O ministro garantiu que não há necessidade de mudanças na meta, pois existe tranqüilidade em relação à inflação, e todos os fatores apontam para uma diminuição e estabilidade num patamar satisfatório.

Para Mantega, se a economia  tem funcionado com a meta de 4,5%, ninguém irá convencê-lo do contrário. Outro ponto  que o ministro considera importante para  a manutenção da política monetário é a atuação autônoma do Banco Central, que, segundo ele, "tem um presidente que se preocupa com a inflação e vai mantê-la baixa"