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Foto: Arquivo/Agência Brasil

Mantega: os ânimos ficam mais acirrados no final da disputa eleitoral.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reafirmou ontem a previsão de que o PIB brasileiro crescerá 4% em 2006. Ele lembrou que em agosto, segundo o IBGE, foram criadas 226 mil novas vagas de trabalho em relação a julho. ?Isso anualizado significa que estamos gerando 2,5 milhões de empregos em 2006?, afirmou. ?Não entendo como a economia que não esteja crescendo geraria 226 mil novos empregos em um mês?, completou.

Ele citou também que o consumo varejista cresceu 5% de janeiro a julho e que a construção civil teve expansão de 10% nos últimos 12 meses. ?É claro que isso não é homogêneo?, afirmou, citando que setores como têxtil e vestuário e de venda de lubrificantes tiveram queda. ?Mas o setores que puxam a economia estão indo bem?, disse. Entre esses, citou a siderurgia, papel e celulose, construção civil e automóveis.

Mantega lembrou também que o investimento cresceu 9,8% em julho ante o mesmo mês do ano passado. Segundo o ministro, está havendo uma consolidação do mercado interno, que está crescendo devido ao bom comportamento do emprego e da massa salarial. O ministro acredita que mesmo que a economia mundial venha a se desaquecer, prejudicando o ritmo de crescimento das exportações brasileiras, ?esse crescimento menor será compensado pelo crescimento do mercado interno?.

Eleições

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Para Mantega, é natural, na reta final de uma campanha política, que os ânimos fiquem mais acirrados, ?mas, terminada a eleição, haverá pacificação?. Segundo ele, após a conclusão das eleições, caso o presidente Lula seja reeleito, haverá condições de prosseguir em reformas como a tributária, que é, segundo ele, consensual e uma reivindicação de toda a sociedade brasileira.

?Temos uma aliança ampla no País em torno da reforma tributária. Terminado o pleito, a disputa termina. Teremos parlamentares que irão se unir em torno de questões que são consensuais, como melhorias na questão tributária?.

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Mantega minimizou, durante toda a entrevista concedida ontem à tarde, a crise política gerada pelo episódio de negociação de dossiê por integrantes do PT e seus efeitos na economia. ?A campanha eleitoral não mexe com o econômico?, disse o ministro, que afirmou ter ouvido de investidores, na reunião desta semana em Cingapura, a confirmação da ?confiança plena? no Brasil.

O ministro destacou também o ?distanciamento? do presidente Lula no episódio do dossiê e argumentou que o candidato à reeleição só teria a perder com o episódio. ?É um episódio pequeno, com dois ou três envolvidos, que já foi superexplorado politicamente?, afirmou.

Mantega disse ainda que ?estou aqui como guardião da solidez da economia brasileira, aconteça o que acontecer na esfera política?. Ele afirmou que a economia brasileira está sólida, tranqüila, continua crescendo e que nos últimos dias houve uma certa turbulência econômica no mundo inteiro e não apenas no Brasil. ?A menos que achemos que problemas no Brasil abalem o mundo todo?, ironizou.

Para ele, o fato mais importante para o abalo do mercado foi a análise do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) de queda da atividade e desaquecimento do mercado imobiliário na economia norte-americana. Além disso, ele citou o golpe na Tailândia e problemas no Equador e na Hungria para justificar o nervosismo dos investidores.