O ministro da Fazenda, Guido Mantega, avaliou que o Brasil pode receber uma nova elevação da nota de crédito da agência de rating Moody’s antes de 18 meses. Mantega, que falou por telefone de Nova York com a Agência Estado, lembrou que o Brasil tem tido um desempenho melhor do que a maioria dos analistas tem projetado.
O ministro destacou que o Brasil, em termos relativos, tem apresentado um desempenho melhor do que a maioria dos países com grau de investimento, se distanciando deles. Segundo Mantega, a crise diferenciou positivamente o País. “A crise demonstrou que o Brasil é mais sólido do que os países que já tinham o grau de investimento”, disse o ministro, que reforçou a avaliação de que o upgrade recebido pelo País não reflete só o desempenho da economia durante a crise e a retomada mais rápido do crescimento, mas também as perspectivas para a expansão da atividade econômica nos próximos anos que deve ser, segundo ele, melhor do que a maioria dos países.
Mantega disse que o grau de investimento concedido hoje pela Moody’s é um reconhecimento de que o Brasil é um país “cada vez mais sólido e saudável”. Mantega, que se reuniu hoje em Nova York com integrantes da Moody’s para ouvir explicações sobre a elevação, ressaltou que a elevação da nota se deveu ao desempenho geral do Brasil especialmente nesse período de crise econômica internacional.
Mantega destacou que o Brasil teve, nessa crise, uma performance melhor do que a maioria dos países e isso foi percebido pela Moody’s. Segundo o ministro, a principal razão para o upgrade foi a combinação da resposta dada pelo governo à crise com a reação da economia, que se mostrou “resiliente”, retomando o crescimento antes de outros países. “A Moody’s destacou a capacidade de absorção de choques da economia brasileira e a resposta das autoridades”, disse Mantega, que também citou a avaliação positiva da agência sobre a melhora na estrutura da dívida pública, que hoje é mais longa e menos sujeitas às oscilações do mercado.
O ministro ressaltou ainda que Moody’s não só elogiou o desempenho imediato do Brasil à crise, mas também ressaltou as perspectivas futuras para o crescimento da economia. “Está havendo uma retomada sustentável”, afirmou. Em relação à questão fiscal, sobre a qual a Moody’s manifestou certa preocupação para o futuro, Mantega disse que apresentou aos técnicos da agência dados mostrando que o quadro fiscal no País está sob controle e que o desempenho fiscal é o melhor entre os países do G-20. “Eles não contestaram e ficaram impressionados”, disse o ministro, lembrando que todos os países diminuíram superávits primários e elevaram o déficit nominal para enfrentar a crise.