O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o setor público deve registrar este ano um déficit fiscal nominal ao redor de 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB), que seria o segundo menor entre os países pertencentes ao G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo). O ministro destacou que o governo vai cumprir a meta de superávit primário de 3,3% do PIB e que o governo está “comprometido totalmente” com a solidez fiscal. Ele destacou que num ano eleitoral seria oportuno que os parlamentares diminuíssem o empenho para fazer “bondades”, o que envolveria não só políticos da oposição, mas também da base aliada.

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Entre tais “bondades” que trariam impactos sérios às contas do Tesouro este ano estaria a PEC 300, que tem como um dos defensores o senador Renan Calheiros (PMDB-AL). O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, manifestou ao jornal Valor Econômico que a aprovação desta PEC, que trata da definição de pisos salariais para policiais militares e civis, poderia causar impacto de R$ 30 bilhões nas contas públicas.

Conta turismo

Mantega afirmou que o déficit da contas turismo deve ficar entre US$ 4 bilhões e US$ 5 bilhões este ano. Segundo ele, esse fato está relacionado com o bom desempenho da economia devido à melhora da renda dos brasileiros, aumento substancial da criação de empregos – pois foram gerados mais de 9 milhões de postos de trabalho formais desde 2003 – e a valorização do real, que barateia as viagens dos brasileiros ao exterior.

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Mantega destacou que o Brasil vai registrar um avanço do déficit de conta corrente em relação ao ano passado, mas que isso não será preocupante, pois deve ocorrer de forma transitória, o que é tolerável. O ministro, no entanto, ressaltou que o déficit das transações correntes precisa ser monitorado, pois é preciso manter baixar a vulnerabilidade das contas externas do País. Mantega não fez nenhum comentário crítico sobre o atual nível do dólar, em torno de R$ 1,75 nos últimos dias.