O ministro da Fazenda, Guido Mantega, apresentou, durante a reunião ministerial de hoje, na Granja do Torto, uma projeção de crescimento da economia brasileira de 5,2% em 2010. Para 2009, a estimativa do Ministério da Fazenda é de um crescimento de apenas 0,1%. Na reunião, o ministro Mantega fez uma avaliação do quadro econômico para 2010, ano que será marcado, segundo ele, por confiança e otimismo.

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Essas são as primeiras projeções oficiais divulgadas pelo Ministério da Fazenda para vários indicadores econômicos. As informações foram antecipadas ontem pela Agência Estado. Hoje, o ministério divulgou documento em que reproduz a apresentação feita por Mantega na reunião, projetando uma expansão de 7,3% na demanda interna. Esse porcentual corresponde à contribuição da demanda interna para o crescimento da economia. O setor externo, no entanto, dará uma contribuição negativa de 2,1% para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), segundo a projeção da Fazenda.

Para o período de 2009 a 2014, a expectativa do governo é de uma taxa média anual de crescimento de 5%. Para 2010, a estimativa da equipe do ministro Guido Mantega é a de que os investimentos darão uma contribuição de 2,7% ao crescimento do PIB, e o consumo das famílias, de 3,8%. Em 2009, a contribuição dos investimentos foi negativa em 1,9% para a expansão do PIB, por causa do impacto da crise econômico-financeira internacional, que adiou novos projetos. O consumo das famílias foi o que sustentou o PIB, com uma contribuição de 2,3% para seu crescimento, de acordo com os cálculos do Ministério da Fazenda.

Em discurso otimista, Mantega disse, na reunião ministerial, que o Brasil conquistou a confiança internacional com o bom desempenho da economia durante a crise financeira. Na avaliação do ministro, há otimismo dos empresários e dos consumidores em relação à economia em 2010. “Todos acreditam que o Brasil vai crescer em 2010; que o desempenho econômico será melhor, com mais emprego, mais renda e mais consumo”, afirma o documento divulgado pela Fazenda com as informações apresentadas por Mantega na reunião ministerial.

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De acordo com Mantega, a economia está retomando o ritmo de crescimento de antes da crise. Esse crescimento é sustentável, afirma, porque se dá em bases sólidas, mantém a inflação sob controle, com responsabilidade fiscal e apresenta baixa vulnerabilidade externa. O quadro é de crescimento com geração de emprego e ação do Estado estimulando a transferência de renda, o que alimenta fortemente o mercado consumidor. Tudo isso com altas taxas de investimento em 2010.

Investimentos

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Mantega projeta crescimento de 16,1% nos investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo) em 2010, revertendo a queda estimada em 10% no indicador em 2009, o ano de maior impacto da crise. Mantega também trabalha com um crescimento de 6,1% no consumo das famílias neste ano. A alta taxa de expansão dos investimentos para 2010 é citada pelo ministro como um dos fatores que tornam o ciclo de crescimento brasileiro sustentável e de qualidade. “O crescimento é sustentável, porque se dá em bases sólidas e mantém inflação sob controle, responsabilidade fiscal e baixa vulnerabilidade externa”, afirmou Mantega.

Na apresentação, o ministro fez também uma projeção de alta de 7,1% na produção industrial brasileira em 2010, e de queda de 5,3% para o indicador em 2009. No documento, o ministro faz menção à projeção do Banco Central de que o déficit em conta corrente fechará 2010 em 2,09% do Produto Interno Bruto (PIB), embora internamente, de acordo com apuração da Agência Estado, os técnicos da Fazenda acreditem que o déficit poderá ser ainda maior – até 2,5% do PIB.

Emprego

O ministro da Fazenda projeta criação de 1,6 milhão de empregos formais em 2010. Se confirmada a previsão, a criação de empregos formais em todo o governo Lula (nos dois mandatos) será de 10 milhões. Na apresentação, Mantega também fez referência a uma projeção do banco Credit Suisse, de crescimento neste ano de 6% da massa salarial, incluindo transferências de renda. Ou seja, esse indicador retomaria o patamar de 2008. Em 2009, a estimativa do banco é que a massa salarial cresceu 4%.