O ministro da Fazenda, Guido Mantega, destacou a necessidade de se “avançar mais rápido de anúncios para atitudes”. Em discurso feito no Comitê Monetário e Financeiro Internacional (IMFC, na sigla em inglês), o ministro advertiu que “a falta de ação pode conduzir a uma recessão prolongada”. De acordo com o ministro, uma ação rápida é necessária para “restaurar a confiança” e tornar a impulsionar o crescimento. O IMFC, órgão que estabelece as estratégias do Fundo Monetário Internacional, é composto por 24 membros, que representam os 185 membros do FMI.
O ministro reconhece que a crise se espalhou para o restante do mundo, mas pondera que, apesar das projeções sombrias para os PIBs das diversas economias, “é justo” dizer que há sinais iniciais de melhora. No entanto, ele cita que os países desenvolvidos experimentam uma “desaceleração severa do crescimento com desemprego crescente e subemprego”.
“Entre os maiores mercados emergentes, China, Índia e Brasil ainda têm indicadores econômicos relativamente favoráveis em 2009, embora menos favorável do que nos anos anteriores”. No entanto, disse o ministro no discurso para seus pares no IMFC, “no mundo desenvolvido, a perspectiva é ainda pior. O PIB vai se contrair acentuadamente”. Mantega ressalvou, no entanto, que também entre os desenvolvidos há sinais de que uma “recuperação pode ter começado”.
A melhora, avalia Mantega, deve estar ligada aos esforços de larga escala que os governos e os bancos centrais estão adotando “para reagir às forças da recessão”. O ministro acredita, porém, que em alguns países as medidas anticrise estão abaixo do necessário. É por isso, que, durante o discurso, destacou a necessidade de que os países se movam de maneira mais rápida das palavras para ações.
O ministro ainda saudou o reconhecimento do FMI que países possam ter de nacionalizar temporariamente instituições financeiras se o objetivo for que a crise seja superada. “Nosso principal objetivo deveria ser restaurar a oferta de crédito, dar suporte ao comércio internacional e sustentar os fluxos de capital”. Uma falha nessa arena, ponderou, “faria com que reestruturações de dívidas fossem inevitáveis, com danos duradouros à confiança e à recuperação econômica”.