Mantega pede ousadia e coragem a empresários

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, instou os empresários a terem “ousadia e coragem” para que o País saia mais forte da crise do que quando entrou. “O Brasil está em condições muito melhores do que as economias mundiais. Temos de aproveitar essas vantagens que dão maior solidez e não nos intimar. Temos de ser ousados na crise e sair dela ainda mais fortes de quando entramos”, disse nesta sexta-feira (13) no seminário “O papel da livre iniciativa no combate à crise”, promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais e Associação Brasileira de Agências de Publicidade, em São Paulo.

O ministro pediu para que a sociedade, especialmente os dirigentes de empresas e trabalhadores, evite o que chamou de “armadilha da parcimônia”. “Numa situação de crise, pode haver uma reação dos empresários de postergar os investimentos, ficar com caixa alto e observar sem se expor a riscos. Se todos agirem assim, vamos de fato desacelerar a economia”, afirmou. “O mesmo vale para o consumidor. Se ele tomar uma atitude parcimoniosa de excessiva prudência, como postergar contas da casa própria e de eletrodomésticos, ele estará contribuindo para a crise. Mas acredito que o setor privado, os consumidores e o governo vão trabalhar junto na direção contrária, que é fazer a economia crescer”, completou.

O empresário Abílio Diniz, presidente do grupo Pão de Açúcar, fez um discurso de que a sociedade deve continuar investindo e consumindo para evitar um desaquecimento intenso da economia. “É preciso, sobretudo neste momento, confiança no País, investimento e garantia de emprego”, comentou. Segundo o empresário, os agentes econômicos são movidos principalmente por expectativas relativas às perspectivas da economia, e não por fatos já consumados. “Precisamos continuar acreditando no Brasil e manter nossos projetos de expansão, pois, ao final da crise, o País vai se mostrar com fundamentos macroeconômicos muito mais sólidos do que os atuais, tornando-se uma das nações mais favoráveis para investimentos.”

Mantega ressaltou que o País crescerá de acordo com o empenho da sociedade para que supere a crise e avance em desenvolvimento econômico e social. Ele afirmou que o governo trabalha com a meta de expansão do PIB de 4%, mas reconheceu que uma parte expressiva do incremento da economia doméstica nos próximos trimestres dependerá do sucesso dos governos dos países desenvolvidos, sobretudo dos EUA.

“Se o presidente (Barack) Obama (dos Estados Unidos) conseguir dar uma resposta objetiva em relação aos créditos imobiliários e ativos tóxicos, nós poderemos acelerar a resolução dessa crise. E nós esperamos que ele o faça”, afirmou o ministro. “Rezamos, torcemos para o presidente Obama e o secretário do Tesouro (dos Estados Unidos), para acelerar a resolução. E aí será mais fácil para (avançar) o comércio internacional e retomar o crescimento da economia global.”

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