Brasília – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, divulgou hoje (15) uma nota, por meio de sua assessoria de imprensa, na qual afirma não ter declarado ao jornal O Estado de S. Paulo que quer um novo imposto nos moldes da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), rejeitada na semana passada pelo Senado Federal.

continua após a publicidade

Ele também nega que tenha defendido a criação, por meio de medida provisória (MP), do tributo ainda este ano para financiar a Saúde. A entrevista foi publicada na edição de ontem do jornal paulista.

"A saúde não sobrevive sem recursos adicionais. É preciso pensar em outra medida no ano que vem, para suprir o que faltou. Mas agora não será tributo provisório. Não queremos saber mais de CPMF. Terá que ser um tributo permanente, todo voltado para a saúde, e que não tenha que ser rediscutido. E tem de ser sobre movimentação financeira. Porque, senão,
não teremos como controlar a sonegação", diz a nota.

O texto afirma que o jornal errou, "atribuindo ao ministro declarações que não o fez", o que, de acordo com a assessoria do ministro, provocou "diversas reações contrárias, num momento sensível de negociações".

continua após a publicidade

"O ministro Guido Mantega lamenta o uso equivocado de sua entrevista e reafirma que a discussão sobre um novo tributo permanente voltado exclusivamente para a saúde terá que passar por uma ampla discussão dentro do governo e com o Congresso Nacional", acrescenta o documento.

Em entrevista hoje (16) à imprensa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o ministro vai precisar convencê-lo da necessidade da criação do imposto.

continua após a publicidade

"Ele falou para vocês [jornalistas], agora vai ter que colocar na minha mesa e eu vou decidir se vamos ou não vamos, se precisamos ou não precisamos. Eu quero ver todas as contas", afirmou o presidente, após votar na eleição que vai escolher o novo presidente do Partido dos Trabalhadores (PT).