Mal interpretado

Mantega nega definição sobre reajuste dos combustíveis

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta quinta-feira, 2, que foi mal interpretado por jornalistas na questão sobre o reajuste de preço dos combustíveis. “O que eu disse é que os combustíveis aumentam todos os anos. Jornalistas interpretam tudo e são muito criativos”, afirmou. As reportagens veiculadas afirmavam que os combustíveis aumentarão este ano, segundo teria dito o ministro. As declarações foram dadas após encontro com empresários do setor varejista em São Paulo.

Mantega reiterou que a projeção de crescimento do PIB do Ministério da Fazenda para 2014 continua sendo de 0,9%. “E não vamos mexer nela até novembro, quando será divulgado o relatório de execução orçamentária que temos que enviar ao Congresso”, declarou. Ele reafirmou que o Ministério da Fazenda fará o superávit primário possível neste ano e que para a economia atingir novo ciclo de crescimento é preciso manter a política desenvolvimentista e não neoliberal.

Sobre o encontro com empresários do varejo, Mantega comentou que foi reunião de rotina para avaliar o desempenho do setor. Outro encontro está marcado para após as eleições. Mantega disse que o comércio apresentou uma desaceleração em julho e agosto, mas agora caminha para uma recuperação. Ele citou o exemplo do material de construção, que registrou alta de 2,5% nas vendas de setembro, e acrescentou que esse avanço está em sintonia de outros dados, como a alta de 0,7% da produção industrial de agosto, divulgada pelo IBGE, na margem. Perguntado pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, se a queda de 5,4% da produção na comparação interanual não é confirmação de que a indústria não deve sair da trajetória de baixa, o ministro discordou, alegando que a indústria caiu no primeiro semestre, mas a curva está se movendo para cima.

Ele citou também a indústria automobilística, que já tem dado sinais de recuperação, e atribuiu parte disso à recuperação do crédito. “Acredito em recuperação do crédito porque parte do compulsório que foi liberado pelo Banco Central está indo para financiar o comércio e, em especial, as vendas de veículos automotores. “Teremos mais crédito para comprar veículos”, disse, em São Paulo.

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