Mantega não sabe explicar queda do BB na Bolsa

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse não ter explicação para a queda das ações do Banco do Brasil hoje na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), dia em que a instituição anunciou que atingiu em 2009 o maior lucro da história do banco. “Esta é uma questão do mercado. Volatilidade é normal. O fato é que o Banco do Brasil teve o maior lucro da história e vai distribuir dividendos aos acionistas”, afirmou o ministro. Às 12h45, na Bolsa, as ações ordinárias (ON) do Banco do Brasil caíam 2,30%, enquanto o índice Bovespa tinha baixa de 1,11%.

Mantega confirmou que o BB tem um plano de capitalização entre R$ 8 bilhões e R$ 10 bilhões, conforme já divulgado em nota ao mercado, mas afirmou não conhecer os detalhes da operação. O ministro disse que mais informações serão fornecidas pelo Banco do Brasil. Ele explicou que como a instituição aumentou a oferta de crédito, precisa adequar o seu patrimônio de referência. “O banco precisa aumentar seu capital para que esta alavancagem esteja dentro dos padrões de Basileia”, explicou.

Ao ser indagado sobre se os bancos privados continuam “comendo poeira”, como o próprio ministro disse na última entrevista para também para comentar o resultado do BB, Mantega brincou: “acho que não estão comendo poeira, porque está chovendo muito”. O ministro, no entanto, afirmou que o BB teve uma política mais eficiente que os bancos privados ao colocar mais crédito na economia. “Este é um quesito que o Banco do Brasil passou à frente dos bancos privados”, disse. Mantega, no entanto, considera que os bancos privados, nos últimos tempos, estão tendo mais ousadia. “Eu acredito que teremos um equilíbrio entre setor privado e setor público.”

BNDES

O BB foi a instituição financeira que mais repassou recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no ano passado, de acordo com Mantega. Segundo ele, a instituição foi a responsável pela transição de R$ 12,3 bilhões do banco de fomento. O BB também foi o líder do mercado de câmbio em 2009 negociando US$ 47 bilhões, conforme destacou o ministro. “Com isso, o Banco do Brasil apoiou o comércio exterior brasileiro. Além disso, o resultado do banco em 2009 mostra o acerto da estratégia da política anticíclica”, avaliou.

Mantega considerou como “excelente resultado” o retorno de 30% do patrimônio líquido médio do BB em 2009. “Não estou aqui pregando que os bancos tenham lucros elevados, mas eles podem ter lucro com ações importantes para o País”, observou, em referência ao crescimento da oferta de crédito e comércio internacional. O Banco do Brasil é, para Mantega, um exemplo de como o setor público pode e deve atuar na economia brasileira, ao mostrar eficiência.

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