O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quinta-feira (26) que não acredita nas previsões pessimistas de queda do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2009 por causa do impacto da crise financeira internacional. Mantega fez a declaração em entrevista na portaria do Ministério da Fazenda, quando comentou previsão da empresa de consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU) de uma queda de 0,5% do PIB do Brasil para este ano. O ministro afirmou que continua acreditando que o País terá crescimento em 2009. Ele evitou, porém, fazer previsões para o índice de crescimento da economia brasileira. “Vamos deixar o ano avançar um pouco, estamos no primeiro trimestre”, disse.
Questionado se não teria mudado de posição, já que, em outras ocasiões, sempre se mostrou confiante ao apresentar a estimativa de crescimento de 4% do PIB para 2009, respondeu, rápido: “Eu tenho repetido várias vezes que crescimento de 4% não é mera previsão de economista, é uma meta a ser alcançada a partir de um trabalho do governo.”
Mantega admitiu, no entanto, que um crescimento de 4% depende de outros condicionantes, como as medidas do governo dos Estados Unidos contra a crise. “Estamos esperando que os americanos consigam dar uma solução para a crise financeira, que até agora não teve uma solução, e o encaminhamento dos problemas que eles criaram.”
O ministro da Fazenda avaliou que as previsões pessimistas para a economia brasileira refletem mais o cenário internacional, que indicam queda do PIB nos Estados Unidos e na Europa. Na avaliação de Mantega, a situação da economia brasileira é bem melhor do que a deles. Segundo ele, há setores no Brasil que sequer desaqueceram e outros que tiveram redução muito pequena.
Inadimplência e juros
Mantega afirmou que o aumento da taxa de inadimplência em janeiro, divulgada hoje pelo Banco Central, não significa nenhuma deterioração “importante” da economia brasileira. Na sua avaliação, é normal que, nos meses de janeiro e fevereiro, haja uma elevação da inadimplência por conta dos inúmeros vencimentos que ocorrem no período, como IPTU, IPVA e outros compromissos.
O ministro voltou a fazer pressão para que os bancos no Brasil reduzam as taxas de juros cobradas nos empréstimos a seus clientes e ofereçam mais crédito. “Os bancos estão emprestando de menos para o meu gosto”, disse o ministro. Segundo ele, as instituições financeiras poderiam estar emprestando mais e reduzindo mais as taxas de juros do que “estão aí”.