O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje que está preocupado com o baixo nível do crescimento da economia americana, que ainda é um dos principais motores mundiais. “As projeções estão sendo rebaixadas”, citou, durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. “A situação é complicada, pois a economia americana não decolou”, acrescentou.

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Segundo Mantega, a economia europeia não está em melhores condições. O bloco econômico tem tido mais dificuldade de encontrar saída para essa situação, conforme o ministro, porque é composto de vários países. “É difícil encontrar soluções para os problemas. Os líderes geralmente batem a cabeça e as soluções demoram a ocorrer”, avaliou.

Conforme Mantega, falta uma determinação política maior desses países para que saiam da crise. “Ou deixa quebrar ou soluciona, não fica no meio termo”, considerou. Para ele, é preciso que a Europa injete mais dinheiro no Fundo de Estabilidade Financeira. “Às vezes, nem se usa o dinheiro, mas se recupera a confiança. E esta é uma crise de confiança.”

O cenário político tem atrapalhado os Estados Unidos na tarefa de domar a crise local, na opinião do ministro. Para Mantega, a maior falha do país deve ser atribuída à falta de uma política fiscal. Isso leva a um conflito político exacerbado, o que, por sua vez, gerou o rebaixamento do país pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s.

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“É uma situação complicada e o político está atrapalhando. Aqui no Brasil não acontece isso”, avaliou. Para ele, no Brasil, o conflito não tem sido levado a ponto de prejudicar os interesses maiores do País. “Quando há problemas aqui todos colaboram. Estamos mais maduros aqui, na política, do que nos EUA, se me permitem uma afirmação mais forte.”

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Mantega acrescentou que, quando não há confiança por parte do consumidor, ele poupa e não gasta e isso não cria cenário favorável para a recuperação da economia. “Os países emergentes estão melhores, estão em crescimento, mas serão afetados pela situação dos avançados, por mais protegidos que estejam”, previu. Essa situação, de acordo com o ministro, leva a uma maior disputa dos mercados. “Desde 2008 falta mercado para manufaturados e isso acirra a disputa.”

Recessão

O ministro da Fazenda disse também hoje esperar que não haja recessão nos países avançados, como Estados Unidos e Japão, e também na Europa, conforme já preveem alguns analistas econômicos. “Espero que não venha (a recessão), mas temos que estar preparados”, afirmou ele, durante a audiência na CAE.