O ministro da Fazenda, Guido Mantega, confirmou ontem que, nas próximas semanas, o governo anuncia medidas de flexibilidade cambial na tentativa de conter a continuada ?flutuação para baixo? do câmbio, que traz prejuízo a diversos setores da economia. Ele disse não saber qual seria a taxa adequada do câmbio, mas afirmou que a atual cotação está em posição inadequada. ?Sou contra medidas de caráter radical, mas precisamos impedir a flutuação unilateral só para baixo?, afirmou o ministro, logo após almoço com 32 empresários na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Mantega confirmou que estão adiantados os estudos, baseados em uma proposta da Fiesp que tramita no Congresso, que permite ao exportador reter no exterior os recursos das operações de comércio exterior. ?Isso elimina a cobertura cambial?, disse.
O ministro afirmou que, além do fim da cobertura cambial, a Fazenda e o Banco Central estudam, em conjunto, a ampliação do prazo para os exportadores manterem os recursos da exportação no exterior – atualmente em 210 dias. Confirmou também que se avalia a postergação do fechamento dos contratos de câmbio.
Mantega se disse contrário à sugestão, que está na proposta da Fiesp, para a reforma da lei cambial, encaminhada em fevereiro ao Congresso, que prevê a abertura de contas em dólares no Brasil.
Para que esta medida entre em vigor, serão necessárias alterações na lei. O ministro não descartou, no entanto, que medidas sejam adotadas por medida provisória. Mas ressaltou: ?Primeiro, teremos a legislação e depois veremos como tramita?.