O ministro da Fazenda, Guido Mantega, voltou a dizer hoje (12), em Nova York, que alguns países ricos deveriam voltar a adotar estímulos fiscais em suas economias para ajudar na recuperação econômica e não contar apenas com políticas de afrouxamento monetário. Entre esses países, ele citou Estados Unidos, Alemanha, França, Itália e Reino Unido. O assunto, segundo ele, estará na pauta da reunião do G-20, em Seul, em novembro.

continua após a publicidade

Mantega, no entanto, está ciente das dificuldades, inclusive políticas, de alguns países, como os Estados Unidos, de retomar os estímulos fiscais. “O governo (norte-americano) não vai poder ficar alheio a esse problema. Acho que, se o G-20 colocar o assunto na pauta, ajuda os EUA. Ajuda o cenário político americano”, afirmou o ministro a jornalistas, após protagonizar evento no Council of Americas, organizado em parceria com a Câmara de Comércio Brasil-EUA, em Nova York. “Uma coisa é você deixar essa questão restrita a uma luta entre facções, segmentos, entre partidos. Outra coisa é dizer: olha, o G-20 está reconhecendo que isso é um problema e os países avançados têm de levar isso em consideração”, acrescentou Mantega.

Mantega disse que, enquanto não se alcançar um acordo em torno do conflito cambial, cada país continuará a lidar com o problema com medidas intervencionistas, como é o caso do Brasil, que recentemente aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 2% para 4% para capital estrangeiro, excluindo ações. “O Brasil vai tomar as medidas que forem necessárias”, reafirmou Mantega.

Ele disse ainda que o Fundo Soberano Brasileiro (FSB) está pronto para atuar junto com o Banco Central na compra de dólares, mas ainda não houve a necessidade de atuação. “Por enquanto, o Banco Central está comprando o suficiente. Não julgamos oportuno ainda entrar no mercado”, disse Mantega.

continua após a publicidade

Mantega anunciou no final de setembro que o FSB iria atuar no mercado de câmbio via Banco Central e que a Secretaria do Tesouro é que vai avaliar o momento oportuno para a compra ou a venda de dólares.