Com a saída de Nelson Barbosa da secretaria executiva do Ministério da Fazenda, anunciada na segunda-feira, 13, o governo perde seu principal negociador da reforma do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O tema, que já é polêmico e de conciliação praticamente impossível, enfrentará agora esse entrave adicional. Dificilmente o assunto será entregue a alguém com o mesmo trânsito político de Barbosa. “Ele fez um bom trabalho e teve sensibilidade para entender as disparidades regionais”, elogiou o secretário de Fazenda do Maranhão, Cláudio Trinchão, que é coordenador do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), colegiado que reúne todos os secretários estaduais de finanças. “Saiu no auge das discussões, e o que nos preocupa é quem virá.”

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Um possível indicado para o posto é Valdir Simão, um auditor da Receita Federal que atualmente ocupa a secretaria executiva do Ministério do Turismo. Essa foi a sugestão apresentada ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, por Nelson Machado, antecessor de Barbosa, durante almoço na última terça-feira, 14.

Simão foi presidente do INSS quando Machado era ministro da Previdência e tem o perfil de gestor. O ex-ministro também foi responsável pela indicação de Simão para o cargo de secretário adjunto da Receita Federal. Machado, que era cogitado para suceder Barbosa, não tem interesse em voltar ao governo.

A indicação de Simão tem apoio da áreas importantes do ministério. Nos corredores da Fazenda, o seu nome é dado como certo, mas Mantega ainda não tomou a decisão. Ele deve escolher o nome com mais calma. “Pelo histórico do ministro, ele não tem o hábito de decidir rapidamente”, disse uma fonte.

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