Brasília – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ontem que Roberto Zoellick, indicado pelo governo dos Estados Unidos para a presidência do Banco Mundial, tem mais condições que o atual presidente, o demissionário Paul Wolfowitz, para exercer o cargo. ?Zoellick tem uma experiência internacional bastante boa, teve um bom desempenho à frente da USTR (Secretaria de Comércio Exterior dos Estados Unidos) e tem tido uma atitude de liberalização do comércio mundial?, disse Mantega, ao chegar ao Ministério da Fazenda.
O presidente dos EUA, George W. Bush, indicou formalmente Zoellick para o posto de presidente do Banco Mundial ontem. ?Ele é um internacionalista empenhado. Ele conquistou a confiança e o apoio de líderes de todas as regiões do mundo?, elogiou Bush. No primeiro mandato de Bush (2000 a 2003), Zoellick foi o principal representante dos EUA nas negociações comerciais internacionais, inclusive na Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Seleção
Mantega voltou a defender uma revisão do processo de escolha dos presidentes das instituições multilaterais. Para Mantega, o processo de seleção está um pouco defasado.
Na avaliação do ministro, o processo de escolha do presidente do Banco Mundial não deve mais ser uma atribuição exclusiva do governo dos Estados Unidos, assim como a escolha para o Fundo Monetário Internacional não deve ser uma atribuição dos países europeus. ?Nós temos que superar esse esquema, mas não deu tempo de fazer essa discussão amadurecer. É preciso, porém, que esse processo de escolha possa espelhar a nova realidade do mundo?, afirmou o ministro.
Relacionamento difícil
Questionado sobre eventual prejuízo às relações do Brasil com o Banco Mundial por causa do difícil relacionamento que Zoellick teve com o Brasil quando era secretário de Comércio Exterior dos EUA, Mantega respondeu que o saldo desse relacionamento foi positivo, porque, embora tenha sido atribulado num primeiro momento, passou a ser um ?comportamento produtivo? para o Brasil.