O ministro da Fazenda, Guido Mantega, alertou durante audiência na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, que a poupança não pode ser a aplicação financeira com maior rendimento da economia. Segundo ele, se isso ocorresse provocaria o caos e uma profunda distorção no sistema financeiro. Isto porque, afirma, por ser um investimento sem risco e sem cobrança do Imposto de Renda, se a poupança tivesse maior remuneração os grandes investidores migrariam suas aplicações para a poupança.
Nesse sentido, Mantega defendeu a mudança recente na forma de cálculo da Taxa Referencial (TR), que reduziu a rentabilidade da poupança. "É normal que todas as aplicações tenham redução de rentabilidade, com a redução da taxa de juros", afirmou Mantega. Ele procurou, no entanto, tranqüilizar o investidor da poupança ao afirmar que hoje, apesar dessa mudança, o investimento é muito atrativo.
Mantega também destacou que não há motivo de preocupação nem com a poupança nem com o FGTS que, segundo ele, nunca esteve numa situação tão favorável como agora. Para justificar a sua avaliação, o ministro traçou um cenário em que a taxa Selic cairia para 6% ao ano nos próximos anos. Com isso, a poupança se tornaria mais atrativa do que a Selic, porque a poupança oferece uma taxa fixa de 6% ao ano mais a TR. Para o ministro, a poupança é um instrumento sólido e seguro e nunca rendeu tanto.