O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou hoje estar sintonizado com o Banco Central (BC). Segundo ele, o crescimento da economia brasileira é sustentável e equilibrado. Por isso, ele não causa pressão inflacionária. Mantega disse que a economia já cresce a um ritmo anual de 5% a 5,5% e que não vê pressão inflacionária, a não ser fatores sazonais. Em janeiro, por exemplo, há aumento das mensalidades escolares e das passagens de ônibus, mas essa pressão não se mantém ao longo do ano, segundo lembrou o ministro.
Ele disse ainda que não leu a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada hoje pelo BC. “Não sei o que ela significa, mas nós estamos sintonizados com o Banco Central”, disse, em entrevista coletiva durante o balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O ministro contou que ontem esteve com o presidente da autoridade monetária, Henrique Meirelles, que teria afirmado estar confiante num crescimento de 5,8% este ano, sem pressão inflacionária.
Mantega disse ainda que a decisão de reduzir a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), anunciada ontem, foi tomada para sustentar o preço da gasolina num momento em que houve redução da participação de álcool na mistura. Ele lembrou que o governo já adotou medida semelhante em 2008, para conter aumento no preço da gasolina, e que, em 2009, fez um movimento contrário, aumentando a Cide. “É uma política regulatória normal”, afirmou.
Ao ser questionado se o Ministério da Fazenda defendia mudanças no depósito compulsório antes de uma eventual elevação dos juros pelo Copom, Mantega respondeu que o compulsório é de responsabilidade do BC e do Conselho Monetário Nacional (CMN), mas afirmou que não há nada previsto neste momento.
