O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reconheceu hoje que será necessário lançar mão de abatimentos para fechar o ano com o cumprimento da meta de superávit primário do setor público consolidado, de 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB). “A meta para 2010 para o governo central está cumprida, de 2,15% do PIB. Cumprimos a meta cheia. Em relação a Estados e municípios, talvez não dê para cumprir totalmente”, disse.
O superávit primário representa a economia para o pagamento dos juros da dívida pública. Diante do resultado abaixo do esperado, Mantega admitiu que será necessário usar abatimentos em infraestrutura do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para fechar o ano. “Então, vai faltar alguma coisa para completar os 3,1% do PIB, e isso se dará por uma parte do PAC. Isso será conhecido na segunda-feira”, disse.
Corte de gastos
O ministro afirmou ainda que o Banco Central (BC) não fez nenhuma solicitação de aperto fiscal ao ministério. Esta, no entanto, foi a interpretação de analistas econômicos ao ler a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada ontem. “Não vi pedido de ajuda do Banco Central para reduzir gastos”, disse Mantega.
Segundo o ministro, a autoridade monetária está afinada com as diretrizes que estão sendo colocadas pelo governo e isso significa que o BC poderá fazer uma política monetária menos dura. “Desta forma, em conjunto, podemos fazer um trabalho complementar”, disse.