Mantega diz que maior arrecadação se deve ao crescimento

O aumento da arrecadação no primeiro semestre deste ano foi de 13% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, porque houve uma formalização da economia brasileira. "Apesar de a arrecadação ter sido maior, vem ocorrendo redução de várias alíquotas, como as do setor da construção civil, de investimentos e até da cesta básica", considerou.

De acordo com o ministro, o aumento da arrecadação, portanto, deve ser atribuído ao crescimento econômico do País. Conforme dados do Ministério da Fazenda, a arrecadação proveniente do INSS foi a que mais cresceu na primeira metade deste ano. "Isso é salutar porque significa que há mais pessoas empregadas atualmente", comentou.

Os dados do ministério mostram também que a segunda maior elevação na arrecadação refere-se ao Imposto de Renda da Pessoa Jurídica. "Como este é um imposto sobre lucro, percebemos que o lucro das empresas está crescendo", observou. A terceira maior elevação citada por Mantega é a da arrecadação do Imposto de Renda da Pessoa Física e foi atribuía pelo ministro ao aumento da massa salarial do País.

"Além disso, verificamos que há um aumento da arrecadação do Imposto de Importação porque há um crescimento das compras externas e isso é positivo", disse, acrescentando que conta com o superávit da balança comercial de US$ 43 bilhões em 2007 e que em breve, as reservas internacionais chegarão a US$ 160 bilhões.

Despesas

Mantega afirmou que grande parte desses recursos já tem um destino praticamente automático de defesa, como é o caso do pagamento a previdenciários. Segundo ele, também há despesas com pessoal e projetos sociais que demandam recursos. "O Brasil é um dos países com maior desigualdade econômica e isso é vergonhoso" afirmou, acrescentando que apenas 180 mil brasileiros representam atualmente 50% do total da riqueza do País.

Ele ponderou, no entanto, que nos últimos quatro anos essa desigualdade vem diminuindo e que isso é algo muito vantajoso não só do ponto de vista social, mas também porque fomenta o mercado interno.

O ministro participou hoje de discussão com um grupo de trabalho da "Reforma Tributária" do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), realizado em São Paulo.

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