O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirma que ainda é cedo para avaliar o impacto da recente disparada do dólar na inflação e possível impacto na trajetória dos juros. O dólar abaixo de R$ 2 era um dos principais argumentos para a manutenção do atual ritmo de queda dos juros, mesmo com demanda mais aquecida. Nesta quinta-feira (16), o dólar passou todo o dia acima desse patamar, chegando a bater R$ 2,127.

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"Faz 24 horas que o dólar está em R$ 2,10. Vamos aguardar o próximo Copom (Comitê de Política Monetária) e os diretores do BC (Banco Central) terão a lucidez de avaliar se isso pode ter algum impacto (sobre a inflação) ou não. Nesse momento, a resposta é não. Mas se houver algum risco eles vão fazer a avaliação adequada e não agora com muitos dias de antecedência", analisou o ministro, em entrevista à Agência Estado.

Mantega frisou que a produtividade está crescendo "de forma importante", os preços administrados têm caído, havendo muitos fatores favoráveis para redução de preços no Brasil. De qualquer modo, o ministro disse que é preciso esperar por um cenário mais estável. "Não é no meio de um furacão que você vai fazer uma avaliação correta e ter os preços adequados. Os preços estão fora do equilíbrio", comentou.

Commodities

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Ele disse ainda que não está preocupado com uma redução de preços das commodities. "Temos gordura, temos mais de US$ 40 bilhões de saldo comercial. Então, se tiver menos que US$ 40 bilhões, em US$ 35 bilhões, isso não afeta a situação comercial brasileira", avaliou. "Podem cair os preços das commodities? Podem cair. Afeta o Brasil? Muito pouco. O Brasil hoje é movido principalmente pelo mercado interno", acrescentou.

Segundo o ministro, mesmo que haja uma pequena desaceleração no comércio mundial, a economia brasileira continuará crescendo a "taxas aceleradas". "Pois mais de 80% do PIB é explicado pela atividade doméstica e não pela atividade externa. E ela vai muito bem, obrigado", concluiu.

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