Mantega diz que câmbio favorece exportação de manufaturados

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta terça-feira (9) que a valorização do dólar ante o real deve permitir ao Brasil exportar mais produtos manufaturados. Segundo o ministro, o Brasil é forte nesse segmento, e interessa mais ao País vender mais carros, mais aviões, mais eletroeletrônicos, bens de capital (máquinas e equipamentos) e caminhões. “Essa nova tendência do câmbio é altamente favorável para melhorarmos as contas externas brasileiras. Eu espero aumentar as exportações de manufaturados, que é o que queríamos fazer”, afirmou o ministro.

Segundo Mantega, as exportações estão crescendo à taxa de 25% ao ano, mas isso ocorre principalmente em função dos preços das matérias-primas (commodities). O ministro disse que, como está havendo uma queda nesses preços, é preciso compensar isso com um maior aumento das exportações de manufaturados. Mantega deu entrevista na Escola de Administração Fazendária (Esaf), em Brasília, onde está sendo realizado um seminário sobre desenvolvimento econômico dentro das comemorações dos 200 anos do Ministério da Fazenda.

O ministro afirmou que olhando-se o cenário internacional, o dólar chegou ao patamar mais alto de desvalorização e agora inicia uma trajetória contrária. “O que se espera é que o dólar se valorize um pouco mais”, afirmou.

No Brasil, na avaliação de Mantega, a valorização do dólar será neutralizada, em termos de pressão inflacionária, pela redução nos preços das commodities. O ministro disse que um dos itens que mais ajudaram o aumento das importações brasileiras foi o preço do diesel e derivados. Por isso, previu, a queda nos preços das commodities deve ter um impacto positivo nas contas externas com a redução do custo das importações.

Inflação

Mantega voltou a afirmar que o surto inflacionário está sob controle. “Houve uma expansão momentânea forte, mundial, e agora já há uma retração tão forte quanto a expansão. O pessoal já se preocupa com a queda do (preço do) petróleo. É assim mesmo que funcionam os mercados. Eles exageram a subida e exageram a descida”, comentou.

O ministro observou que a queda nos preços das commodities tem garantido uma retração da inflação no Brasil, o que, segundo ele permitirá ao País terminar o ano com a inflação dentro da meta, que vai de 2,5% a 6,5%. “Portanto, com a missão cumprida”, disse.

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