O Governo Federal prepara diversos incentivos à indústria para atenuar o impacto da crise global, que desacelerou a economia do país, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em entrevista publicada neste domingo no jornal “Correio Braziliense”.
A primeira fase desse pacote será anunciada na próxima quarta-feira e incluirá “uma expansão dos programas de investimentos em infraestrutura”, que propiciará “um cenário de alta da economia” durante o segundo semestre deste ano, afirmou Mantega.
O ministro não revelou detalhes deste plano, que poderia incluir concessões ao setor privado, tanto nacional como estrangeiro, nas áreas de portos, aeroportos, estradas e ferrovias, e a reabertura da licitação para a construção de um trem de alta velocidade entre Rio de Janeiro e São Paulo.
Mantega admitiu que “muitos empresários se aterrorizaram” pelo agravamento da crise global e seu impacto no Brasil, que reduziu as previsões de crescimento para este ano dos 4,5% iniciais para menos de 3%.
Este pacote de incentivos, segundo o ministro, melhorará as percepções do setor privado, acelerará o ritmo do investimento privado e público e deverá reforçar a previsão inicial, que a economia brasileira chegue a expandir-se cerca de 4% neste ano.
“Será um conjunto de medidas que favorecerá o crescimento” pela via do investimento, “que é a prioridade do governo neste momento”, indicou.
Na opinião de Mantega, o cenário também não é negativo para o país se 2012 concluir com um crescimento econômico próximo de 3%.
“Uma boa taxa de expansão da economia é de uma média de 5%, mas isso quer dizer que um ano pode ser de 6% e outro ano de 3%, de modo que a média se mantenha”, destacou.
O ministro também ratificou que, por causa da crise global, o governo mantém restrições orçamentárias que lhe impedem de atender as reivindicações de pelo menos 30 setores da administração pública que estão em greve por melhores salários.
“Mas isso não quer dizer que não haverá aumentos”, comentou o ministro, lembrando que o governo ofereceu altas salariais de até 45% em três anos aos professores das universidades públicas, em greve há quase três meses.