Brasília – O ministro da Fazenda, Guido Mantega., não teme que o Brasil perca investimentos em conseqüência do que ele chamou de ?turbulências internacionais? por causa de problemas no mercado imobiliário dos Estados Unidos. Nesta sexta-feira (10), as bolsas em todo mundo voltaram a registrar queda.
Mantega lembrou que o Brasil está sendo considerado próximo do "Investment Grade", referindo-se ao "grau de investimento", nível que as agências de classificação estrangeiras atribuem a um país para sinalizar aos investidores que podem aplicar seus recursos sem riscos na região.
Isso faz com que o Brasil fique ?na alça de mira dos investidores", que sabem que podem vir para cá e ganhar dinheiro em operações seguras com baixo risco. Uma combinação, segundo ele, de fundamentos sólidos e contas externas favoráveis. Ontem, conforme os últimos números do Banco Central, as reservas internacionais brasileiras estavam em US$ 158,4 bilhões.
"A entrada de capitais no Brasil é recorde. Se diminuir um pouco esse fluxo, não altera nada. O Brasil, hoje, consta no rol dos países que permitem investimentos seguros", afirmou o ministro.
O ministro lembrou também que nenhum banco brasileiro está envolvido com o problema imobiliário dos Estados Unidos e o sistema financeiro nacional está bastante sólido, "conforme se pode notar pelos lucros que são anunciados".
Quanto à influência das "turbulências" na redução da taxa básica de juros (Selic), Mantega reafirmou que a política monetária brasileira se baseia em metas de inflação, sem levar em consideração outros fatores como a captação de capital externo.
No mês passado, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu, por 4 votos a 3, reduzir a taxa básica dos juros (Selic) dos atuais 12% ao ano para 11,5% ao ano.
No comunicado distribuído após a divulgação do resultado, o Copom informou que "o comitê irá acompanhar a evolução do cenário macroeconômico até a sua próxima reunião [4 e 5 de setembro], para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária ".
"Uma crise como essa nos afetaria dez anos atrás, quando não tínhamos reservas e queríamos manter os capitais externos para não ter desequilíbrio nas contas", disse Mantega.
